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Oriente Médio

Filme polêmico põe EUA sob pressão no Egito, Líbia e Iêmen

13 set 2012 - 11h17
(atualizado às 11h35)
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Manifestantes atacaram na quinta-feira as embaixadas dos EUA no Iêmen e no Egito, em novos protestos contra um filme que consideram ofensivo ao profeta Maomé - o que já havia motivado outros ataques nesta semana no mundo islâmico, resultando na morte do embaixador norte-americano na Líbia.

Manifestantes penduram a bandeira da Al-Qaeda em um mastro da embaixada americana no Cairo, na terça
Manifestantes penduram a bandeira da Al-Qaeda em um mastro da embaixada americana no Cairo, na terça
Foto: AFP

Origem de vídeo pivô de protestos é motivo de dúvidas e confusão
Protestos, dia 1: egípcios rasgam bandeira dos EUA
Protestos, dia 2: embaixador dos EUA é morto na Líbia
Protestos, dia 3: embaixada dos EUA no Iêmen é cercada

Washington mobilizou dois destróieres para a costa líbia por causa do incidente, que matou também outros três funcionários diplomáticos e deixou oito líbios feridos. O presidente dos EUA, Barack Obama, prometeu "trazer à Justiça" os responsáveis pelo ataque. Um grupo de marines especializado em combate ao terrorismo também foi enviado à Líbia.

Em Sanaa, capital do Iêmen, centenas de manifestantes invadiram o terreno da embaixada. "Nós nos sacrificamos por ti, Mensageiro de Deus", gritavam eles. Horas antes, a multidão já havia queimado carros e apedrejado escritórios de segurança em frente à embaixada.

"Podemos ver um incêndio dentro do complexo, e as forças de segurança estão disparando para o alto. Os manifestantes estão fugindo e então voltando à carga", disse uma testemunha. Uma fonte de segurança disse que pelo menos 15 pessoas ficaram feridas, algumas a tiros. Um porta-voz da embaixada disse que os funcionários estão em segurança.

No Egito, manifestantes atiraram pedras no Alcordão policial que cerca a embaixada dos EUA, no centro do Cairo. Na terça-feira, um grupo havia escalado os muros do local, onde uma bandeira norte-americana foi rasgada e queimada. Na quarta-feira, a situação se tornou violenta, e a agência estatal de notícias disse que 13 pessoas ficaram feridas.

Autoridades norte-americanas não descartam que os ataques tenham sido planejados antecipadamente. Eles coincidiram com o 11º. aniversário dos atentados da Al-Qaeda de 11 de setembro de 2001 nos EUA.

Há várias semanas circulam na internet trechos de um filme semiamador identificado como sendo a produção norte-americana "A Inocência dos Muçulmanos", retratando o profeta Maomé como mulherengo, homossexual e abusador de crianças. Para muitos muçulmanos, qualquer representação do profeta é uma blasfêmia.

Uma atriz que participou da produção na Califórnia disse que os trechos difundidos na internet não se parecem com o material que foi filmado. Ela disse que não sabia que o filme tinha Maomé como tema.

Líbios disseram que entre os envolvidos do ataque em Benghazi havia integrantes fortemente armados do grupo islâmico local Anshar al Sharia, que simpatiza com a Al-Qaeda e se contrapõe ao modelo de democracia proposto pelos EUA para o país.

O Iêmen também tem um braço ativo da Al-Qaeda. Também houve protestos nesta semana em frente a missões diplomáticas dos EUA na Tunísia, Sudão e Marrocos. Obama disse que terminou um reforço na segurança de instalações diplomáticas no mundo todo.

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