Diretor de filme antimuçulmano se esconde após ataques
12 set2012 - 13h55
(atualizado às 15h06)
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Sam Bacile, diretor do filme interpretado pelos muçulmanos como ofensivo ao islamismo e que provocou os ataques contra a embaixada dos Estados Unidos no Egito e ao consulado de Benghazi, na Líbia, está escondido, segundo o jornal The Wall Street Journal. A ação no consulado em Benghazi terminou com o embaixador americano e três funcionários diplomáticos mortos.
Sam Bacile, 56 anos, e identificado como judeu israelense-americano residente na Califórnia, afirmou que o "islã é um câncer" em declarações publicadas hoje pelo jornal. O filme A Inocência dos Muçulmanos, retrata Maomé como um tolo, um mulherengo e um falso religioso. Em um clipe postado no YouTube, Maomé foi mostrado em um aparente ato sexual com uma mulher. Para muitos muçulmanos, já é considerado uma blasfêmia mostrar uma representação do profeta.
O filme foi exibido na íntegra apenas uma única vez em uma sessão vazia em Hollywood e desde julho uma versão reduzida por ser vista na internet. Segundo Bacile, o orçamento gasto no vídeo foi de US$ 5 milhões, dinheiro fornecido por doadores judeus, e contou com a participação de 60 atores americanos.
"Trata-se de um filme político. Não um filme religioso", explicou o diretor. Bacile explicou que não sabe quem traduziu a obra para o árabe, mas disse que conhece o idioma suficientemente para saber que a versão ficou fiel ao texto original. Bacile disse ainda que seu objetivo é "lutar" contra as ideias do islamismo, uma religião qualificada por ele como odiosa.
O produtor lamentou a morte do embaixador e dos funcionários americanos, mas argumentou que elas ocorreram em função da falta de segurança nas representações diplomáticas dos EUA.
O vídeo foi divulgado por Terry Jones, pastor de uma igreja da Flórida na qual um exemplar do Corão foi queimado em 2011, episódio que provocou diversos ataques no Afeganistão. Na ocasião, vários civis e funcionários da ONU morreram vítimas de represálias dos islamitas.
Homem armado celebra o ataque ao consulado americano em Benghazi. Segundo o confirmou o vice-ministro de Interior para o Oriente da Líbia, Wanis al Sharf, o ataque foi realizado em protesto por um vídeo no qual supostamente se ofendia o Islã. Segundo declarações do responsável da Alta Comissão de Segurança em Bengazi, Fawzi Wanis, ao canal de televisão catariano Al Jazeera, o embaixador morreu por asfixia, como consequência do incêndio que explodiu no edifício
Foto: AFP
Carro queima durante o ataque de homens armados contra o consulado americano. O embaixador tinha viajado ontem a Benghazi desde Trípoli
Foto: AFP
Imagem de arquivo mostra o embaixador americano na Líbia, Christopher Stevens, morto no ataque
Foto: AP
O consulado americano em Benghazi é atingido por um grande incêndio durante o ataque
Foto: Reuters
O consulado americano é visto em chamas
Foto: Reuters
O consulado americano em Benghazi mostra sinais do ataque que matou o embaixador durante a madrugada
Foto: AP
O interior do consulado dos Estados Unidos em Benghazi foi destruído pelo incêndio
Foto: AP
Carro estacionado no pátio do consulado americano foi queimado no ataque
Foto: AFP
Policiais reforçam a segurança em frente à embaixada americana em Túnis, na Tunísia. A Casa Branca aumentou o número de seguranças de suas equipes diplomáticas em vários país
Foto: AP
O presidente do Congresso Nacional líbio, Mohamed al-Megaryef, dá entrevista em Trípoli e pede perdão aos Estados Unidos "e a todo o mundo" pelo ataque ao consulado dos Estados Unidos em Benghazi
Foto: AFP
O papa Bento XVI lidera sua audiência semanal, onde pediu "a tão desejada paz" no Oriente Médio, "no respeito às legítimas diferenças"
Foto: Reuters
A secretária de Estado americana, Hillary Clinton, faz um pronunciamento condenando o ataque que matou o embaixador dos EUA na Líbia, Christopher Stevens, e outros três americanos. "O mundo precisa de mais Chris Stevens", disse Hillary
Foto: AP
O presidente americano, Barack Obama, fala sobre a morte do embaixador dos EUA na Líbia, Christopher Stevens. "Nós vamos trabalhar com o governo líbio para levar justiça aos assassinos que atacaram nosso pessoal", disse Obama
Foto: AP
A bandeira americana em frente ao Capitólio, em Washington, é hasteada a meio mastro em sinal de luto pela morte do embaixador americano na Líbia, Christopher Stevens, em Benghazi