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Oriente Médio

Irã pode bombardear bases dos EUA se Israel atacar, diz Hezbollah

3 set 2012 - 20h27
(atualizado às 20h54)
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O Irã pode atacar bases norte-americanas no Oriente Médio em retaliação por um eventual bombardeio nuclear israelense contra suas instalações nucleares, mesmo que as forças dos EUA não tenham participação nessa ação militar, disse na segunda-feira o líder do grupo xiita libanês Hezbollah, aliado de Teerã.

"Foi tomada uma decisão de responder, e a resposta será muito grande", disse o xeque Hassan Nasrallah em entrevista à TV Al Mayadeen, de Beirute.

"A resposta será não só dentro da entidade israelense - bases americanas em toda a região poderiam ser alvos iranianos", afirmou ele, citando informação que disse ter recebido das autoridades iranianas. "Se Israel alvejar o Irã, a América arca com a responsabilidade."

Os EUA e seus aliados acusam o Irã de tentar desenvolver armas nucleares, e pressionam a República Islâmica a abandonar seu programa de enriquecimento de material atômico. Washington, no entanto, diz que ainda há tempo para que a diplomacia resolva o impasse.

Já uma parte do governo de Israel adota uma retórica cada vez mais inflamada, motivando especulações de que o Estado judeu poderia atacar o Irã ainda antes das eleições presidenciais de novembro.

No domingo, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, pediu às potências mundiais que estabeleçam "um limite claro" para convencer o Irã da sua impossibilidade de obter armas nucleares.

Mas a hipótese de uma ação militar divide o gabinete israelense, e alguns políticos sugerem que Netanyahu poderia abrandar suas ameaças agora, em troca de uma manifestação mais incisiva de apoio por parte do presidente norte-americano, Barack Obama, a respeito das condições que levariam os EUA a se envolverem numa futura ação militar.

Nasrallah disse que de fato há divisões em Israel sobre um ataque ao Irã. "Pessoalmente, não espero que o inimigo israelense - ao menos nos próximos meses ou no futuro previsível - ataque a República Islâmica do Irã", afirmou.

O líder do Hezbollah disse que a frágil situação econômica global - que poderia se complicar por causa da alta no preço do petróleo, em caso de um novo conflito no golfo Pérsico - e a possibilidade de baixas israelenses numa eventual guerra contra o Irã pesam contra a opção por um ataque.

"Netanyahu e (o ministro israelense da Defesa, Ehud) Barak inflam os benefícios e minimizam os custos", disse ele, referindo-se à estimativa de Barak de que Israel poderia sofrer até 500 mortes num conflito.

Segundo Nasrallah, uma eventual guerra Irã-Israel seria mais letal do que o conflito de 34 dias entre Israel e o Hezbollah em 2006, que terminou com a morte de 1.200 pessoas no Líbano, a maioria civis, e 160 em Israel, quase todas militares.

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