Duas integrantes da Pussy Riot teriam fugido da Rússia
26 ago2012 - 12h14
(atualizado às 18h40)
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Duas integrantes da banda punk Pussy Riot fugiram da Rússia após terem sido condenadas por protestar contra o presidente Vladimir Putin no altar de uma igreja, disse a banda neste domingo. Um tribunal de Moscou condenou em 17 de agosto três membros da banda de mulheres a dois anos de prisão por fazerem uma "oração punk" na Catedral de Cristo Salvador, de Moscou, e por pedir à Virgem Maria que libertasse a Rússia de Putin.
A sentença rendeu severas críticas internacionais contra o governo russo, e grupos de oposição no país disseram que isso é parte da repressão aos dissidentes por parte do Kremlin. A polícia tinha dito no começo da semana passada que estava procurando as outras integrantes da banda.
"Em relação à perseguição, duas de nossa banda conseguiram fugir da Rússia! Elas estão recrutando feministas estrangeiras para preparar novas ações!", disse uma conta no Twitter chamada Pussy Riot Group. A defesa das integrantes da Pussy Riot - Nadezhda Tolokonnikova, Maria Alyokhina e Yekaterina Samutsevich - deve apelar contra a sentença na próxima semana.
O marido de Tolokonnikova, Pyotr Verzilov, disse à Reuters no domingo que os dois membros da banda que fugiram da Rússia participaram do protesto na Catedral, junto com a mulher dele. "Já que a polícia de Moscou disse que está procurando por elas, elas vão ficar em silêncio, por enquanto. Elas estão em um lugar seguro, longe do alcance da polícia russa", disse por telefone.
Questionado se isso significava um país sem tratado de extradição com a Rússia, Verzilov respondeu: "Sim, parece que sim". "Mas você deve lembrar que 12 ou 14 membros que ainda estão na Rússia participam ativamente do trabalho da banda agora. É um grande coletivo", acrescentou.
Sob a lei russa, as três integrantes da Pussy Riot que foram a julgamento poderiam ser condenadas a até sete anos de prisão por vandalismo motivado por ódio religioso, mas os promotores pediram três anos e elas foram condenadas a dois anos de prisão.
Maria Alyokhina, Nadezhda Tolokonnikova e Yekaterina Samutsevich foram acusadas de "vandalismo motivado por ódio religioso" por sua performance do dia 21 de fevereiro.
Três dias mais tarde, a polícia russa anunciou que estava procurando as outras integrantes do grupo. Além das cinco jovens, outras pessoas - cujo número se desconhece - participaram na ação, principalmente filmando o ato de protesto. Várias personalidades, como Madonna e Paul McCartney, expressaram seu apoio às cantoras.
Com informações da AFP e da Reuters.
Nadezhda Tolokonnikova (esq.), Maria Alyokhina (centro) e Yekaterina Samutsevich acompanham o seu julgamento em tribunal de Moscou. Uma juíza condenou nesta sexta-feira o trio de integrantes da banda punk feminina Pussy Riot ao considerar que elas cometeram vandalismo motivado por ódio religioso e ofenderam fieis ao invadirem a catedral ortodoxa de Moscou para cantar uma "oração" contra o presidente do país, Vladmir Putin
Foto: Reuters
Atrás de cela de vidro, integrantes da banda feminina são observadas por policiais durante a audiência desta sexta-feira. A juíza Marina Syrova afirmou que as três jovens "planejaram cuidadosamente" o ato realizado em 21 de fevereiro na catedral de Cristo Salvador. Além disso, indicou que as três acusadas "não expressaram arrependimento por seus atos, violaram a ordem pública e ofenderam os sentimentos dos crentes". A sentença ainda não foi divulgada
Foto: AP
Simpatizantes da banda punk colocam máscara em monumento em homenagem aos heróis russos da Segunda Guerra Mundial. As máscaras se tornaram uma marca registrada das integrantes da Pussy Riot. Elas foram adotadas por manifestantes ao redor do mundo que pediram nesta sexta-feira a libertação do trio
Foto: AP
Manifestantes protestam em frente à embaixada da Rússia em Londres, na Grã-Bretanha, em apoio às russas
Foto: Reuters
Ativista do grupo feminista Femen usa motosserra para derrubar cruz ortodoxa durante protesto pedindo a libertação das jovens, Kiev, na Ucrânia. O monumento foi erguido em homenagem às vítimas da repressão religioso promovida pelo ditador soviético Josef Stálin
Foto: Reuters
Após derrubar a cruz, a ativista do Femen posou na posição da crucificação. O movimento já fez vários atos contra a Igreja Ortodoxa russa e contra o governo de Vladimir Putin
Foto: AP
Polícia russa prende o famoso enxadrista e ativista de oposição Garry Kasparov (centro) durante o protesto em frente ao tribunal em que a banda Pussy Riot foi julgada
Foto: Reuters
Com máscaras e megafones, grupo protesta em frente à embaixada russa em Berlim, na Alemanha, pela libertação das jovens
Foto: Reuters
Manifestante vestiu máscara para pedir a libertação do trio em Paris, na França
Foto: Reuters
Integrantes do grupo de apoio "Bulgária pelas Pussy Riot" protestam em Sófia
Foto: Reuters
Homem é preso por protestar em frente ao tribunal onde ocorre o julgamento, em Moscou, na Rússia
Foto: Reuters
Polícia detém simpatizante da banda em frente ao tribunal de Moscou
Foto: Reuters
Mulher, com o corpo pintado em apoio à banda, toca tambor durante ato em Sydney, nas Austrália