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Ásia

Premiê russo alerta sobre influência chinesa no leste da Rússia

9 ago 2012 - 15h25
(atualizado às 15h44)
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O primeiro-ministro da Rússia, Dmitry Medvedev, emitiu nesta quinta-feira um alerta velado sobre a influência crescente da China sobre o Extremo Oriente russo, afirmando que é essencial defender a região contra a "expansão excessiva dos Estados fronteiriços".

Falando dias depois de o ministro da Defesa adjunto da Rússia afirmar que dois submarinos nucleares novos serão enviados à Frota do Pacífico, Medvedev também disse que é "importante não permitir manifestações negativas...incluindo a formação de enclaves produzidos por cidadãos estrangeiros".

Os comentários duros sobre o tema colocam em evidência as suspeitas do Kremlin de que o influxo constante de migrantes chinesas possa representar uma ameaça à hegemonia russa nos territórios remotos e pouco povoados da Sibéria e do Extremo Oriente.

Rússia e China mantêm fortes laços diplomáticos e comerciais e uniram suas forças no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) para vetar as sanções propostas contra o presidente Bashar al-Assad, da Síria.

Mas a influência chinesa crescente sobre o Extremo Oriente da Rússia - onde as placas de rua frequentemente estão em russo e chinês - há muito tempo passou a ser uma fonte de tensão.

Rica em recursos, a Rússia é o maior país do mundo em extensão territorial, mas registrou um declínio na sua população nos últimos anos, atualmente em 143 milhões de habitantes. A China, por sua vez, carente de recursos e situada imediatamente ao sul, tem 1,3 bilhão de habitantes.

Medvedev, que foi presidente de 2008 até maio passado, trouxe à tona a questão delicada em uma reunião de governo durante uma discussão mais ampla sobre migração.

"Ali não vivem muitas pessoas, infelizmente, e a tarefa de proteger nossos territórios do Extremo Oriente da expansão excessiva dos Estados fronteiriços permanece", afirmou ele.

A Rússia tem tentado contrabalançar a influência crescente da China em seu Extremo Oriente aumentando sua presença política e militar na região, onde tem observado sua influência enfraquecer.

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