Mihares de iemenitas de manifestam a favor do ex-presidente
Milhares de iemenitas abandonaram suas posições no sul do país para protestar contra a decisão do presidente Abd Rabo Mansur Hadi de reestruturar as Forças Armadas, informou nesta quarta-feira à AFP uma fonte militar.
Os manifestantes protestaram contra a incorporação administrativa da região militar Sul da 2ª brigada de Infantaria da Guarda Republicana, uma unidade de elite dirigida pelo filho mais velho do ex-presidente Ali Abdullah Saleh, com base na província de Abyan (sul), explicou esta fonte.
Centenas de soldados e suboficiais começaram nesta terça-feira a se retirar, com suas armas pessoais, do acampamento e dos postos de controle das estradas em Loder e nas localidades vizinhas de Wadih e Mudia, acrescentou. Esses postos têm por objetivo evitar a livre circulação dos rebeldes da Al-Qaeda, ativos na província de Abyan, apesar da recente ofensiva do exército.
A maioria dos amotinados são membros de tribos da região de Sanaa, fiéis ao ex-presidente Saleh que teve que renunciar em fevereiro por causa da pressão de um movimento de protesto depois de 32 anos de poder, segundo a mesma fonte. Os Comitês de Resistência Popular, milícias do exército recrutadas nas tribos da província de Abyan, interviram para impedir que os manifestantes portassem armas pesadas, informaram moradores à AFP.
Dezenas de membros destes Comitês percorreram as ruas de Loder para pedir à população que se mobilize para defender a cidade frente a um eventual ataque da Al-Qaeda, disse um morador. A Al-Qaeda controlou durante um ano várias localidades de Abyan que o exército reconquistou em meados de junho com a ajuda dos Comitês de Resistência Popular depois de um mês de ofensiva.
Na segunda-feira, Hadi decidiu reduzir a quantidade de unidades sob o comando do filho mais velho do ex-presidente, Ahmed, assim como as de seu rival, o general dissidente Ali Mohsen Al Ahmar, no âmbito da reestruturação das forças armadas. Hadi, que sucedeu Saleh em fevereiro, retirou várias brigadas da poderosa Guarda Republicana do general Ahmed assim como a 1ª divisão blindada do general Ahmar, para transferi-las para a Guarda Presidencial e as regiões militares Centro e Sul.
O general Ahmar, que se uniu em 2011 ao movimento de protesto, saudou as decisões "corajosas" do presidente. O país tem dificuldade para avançar em sua transição política em particular pela oposição à reestruturação das forças armadas e de segurança.
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