Saiba quem são os sikhs, vítimas do ataque de um atirador nos EUA
5 ago2012 - 17h56
(atualizado às 20h44)
Compartilhar
A sikh, que teve um templo atacado nos Estados Unidos neste domingo, é uma religião monoteísta, fundada há mais de 500 anos no Punjab (região de fronteira que compreende o Paquistão e a Índia). O precursor, Guru Nanak, pretendia criar uma religião que promovesse a fusão entre o islamismo e o hinduísmo, credos dominantes no Punjab.
Hoje, entretanto, os sikhs preferem não reduzir o conceito da comunidade ao hibridismo. Segundo membros da religião nos Estados Unidos, os adeptos vêm sofrendo preconceito após os ataques de 11 de setembro - seus membros, que usam turbantes e barbas longas, dizem ser confundidos com muçulmanos.
Segundo o portal sikhs.org, a comunidade é formada, hoje, por mais de 23 milhões de pessoas, o que torna a religião a quinta maior do mundo. Estima-se que 19 milhões vivam na Índia, mas há adeptos no Reino Unido, Canadá, Estados Unidos, Singapura, Malásia e outros países.
A palavra sikh, na língua punjabi, significa "discípulo". Os fieis seguem os ensinamentos escritos pelos 10 gurus sikhs no Guru Granth Sahib, o livro sagrado da religião. Os sikhs, entretanto, acreditam que há apenas um deus. Eles repudiam a idolatria a imagens, a adoração aos mortos e as superstições.
Considerada uma religião progressista, a sikh é defensora da tolerância e da igualdade. Seus adeptos chegaram a lutar contra o sistema de castas na Índia, por acreditarem que Deus não avaliava o mérito dos homens pela sistema a que pertenciam, mas sim pelas obras que praticavam. Os três pilares definidos pelo fundador da religião são: buscar conquistas através do trabalho, permanecer com Deus em mente todo o tempo e dividir tudo o que se tem com os necessitados.
Os templos dos sikhs são chamados de Gurdwaras e ficam abertos a pessoas de outras religiões. Os visitantes, no entanto, precisam retirar os sapatos, lavar as mãos e os pés e cobrir a cabeça antes de entrar.
Na Índia, os sikhs são a terceira maior comunidade religiosa. À frente estão o hinduísmo, que soma mais de 80% dos adeptos, e o islamismo. O primeiro-ministro do país, Manmohan Singh, é sikh.
O ataque
Um homem abriu fogo na manhã deste domingo em um templo Sikh de Oak Creek, no Estado americano do Wisconsin. Pelo menos sete pessoas teriam morrido, incluindo o atirador, morto pela polícia.
Os investigadores estiveram em Oak Creek, um subúrbio nos arredores de Milwaukee, ao receber uma chamada que alertava sobre disparos por volta das 10h25 locais. Ao chegar ao local, um dos oficiais foi recebido a tiros, e por isso "respondeu com fogo aos disparos" e, finalmente, matou o suposto criminoso, disse o chefe de polícia de Greenfield, Bradley Wentland.
Pelo menos um homem abriu fogo na manhã deste domingo em um templo Sikh de Oak Creek, no Estado americano do Wisconsin
Foto: CNN / Reprodução
Informações iniciais de testemunhas dão conta de que há várias pessoas feridas e pelo menos quatro mortos
Foto: CNN / Reprodução
Pessoas que afirmam ter familiares dentro do Templo Sikh de Wisconsin esperam por mais informações após o tiroteio
Foto: AP
Amardeep Kaleka, ajoelhado, preocupa-se com seu pai, Satwant Singh Kaleka, que é o presidente do templo Sikh, foi ferido no tiroteio e levado para o hospital
Foto: AP
A polícia bloqueou uma intersecção próxima ao local do crime
Foto: AP
Homem enxuga as lágrimas junto ao templo sikh em Oak Creek
Foto: AP
Familiares de pessoas que estariam no templo aguardam do lado de fora esperando por mais informações sobre o ocorrido
Foto: AP
Mulher fala ao celular próxima a outras pessoas que cercam as imediações do templo sikh onde ocorreu um tiroteio
Foto: AP
Imagem do templo, onde ocorreu o tiroteio
Foto: AP
Pessoas sentadas sob a sombra de uma árvore observam a movimentação e esperam por mais notícias próximas ao templo
Foto: AP
Policial armada aparece próxima às pessoas que cercam o local em busca de mais informações
Foto: AP
Agente fortemente armados avança em direção ao templo durante ação policial após o ataque de atirador
Foto: AFP
Peritos carregam equipamentos para investigar o número de vítimas no interior do templo
Foto: EFE
Agentes da SWAT, polícia de operações táticas especiais americana, em meio à ação de emergência
Foto: AFP
Equipe da SWAT durante a operação no telhado do templo; suspeito teria sido morto ao receber um policial a tiros
Foto: AP
Policial fala com membros da religião sikh, preocupados em saber notícias sobre o tiroteio que deixou pelo menos seis mortos e três feridos
Foto: AP
Agentes da polícia aparecem junto ao portão do templo
Foto: AP
A policia usa até mesmo um robô para vasculhar o templo sikh
Foto: AP
Policiais com cães treinados percorrem os arredores do templo Sikh em Oak Creek, onde um atirador deixou pelos menos seis mortos e três feridos, segundo a polícia
Foto: AP
Roupas ensanguentadas são vistas sobre a grama, do lado de fora do templo Sikh em Oak Creek
Foto: AP
Veado rouba a cena ao passar perto de policiais altamente armados em gramado nas proximidades de onde ocorreu a operação da SWAT no templo Sikh
Foto: AFP
Autoridades inespecionam uma das áreas externas do templo
Foto: EFE
Um esquadrão antibombas foi chamado para fazer uma busca pela casa que seria do atirador
Foto: EFE
Ao questionar oficiais sobre o motivo da evacuação, um vizinho teria recebido como resposta que "eles não compreenderiam de imediato o que estava acontecendo, mas que entenderiam no futuro
Foto: EFE
As residências que ficam próximas à região estão sendo evacuadas por "um período prolongado de tempo", por ordem da polícia
Foto: EFE
Agentes do FBI estão averiguando uma casa em Cudahy, próxima ao templo Sikh de Oak Creek, próximo a Milwaukee, no Estado americano do Wisconsin
Foto: EFE
Sikhs indianos seguram cartazes de protestos durante manifestação em Jammu, na Índia, contra o tiroteio em um templo sikh que deixou sete pessoas mortas, incluindo o atirador, no Estado americano de Wisconsin no domingo. Nos cartazes os manifestantes criticam o governo americano e pedem o banimento da venda de armas nos Estados Unidos
Foto: AP
Com espadas e cartazes de protesto, sikhs protestam contra o tiroteio em Nova Délhi
Foto: AP
Os sikhs indianos condenam a política de venda de armas nos Estados Unidos pelo tiroteio. A arma usada no massacre foi comprada legalmente pelo atirador, um ex-oficial do Exército americano
Foto: AP
Sikhs indianos seguram espadas e protestam em Nova Délhi contra o tiroteio
Foto: AP
Sikh indiano segura placa de protesto contra o governo americano durante manifestação em Jammu
Foto: AP
Foto: Terra
Um homem junta as mãos em oração enquanto entra em um templo Sikh em Nova York
Foto: Reuters
Mohan Singh Khatra, que perdeu seu tio Subeg Singh Khatra no tiroteio em Wiscosin, fala com a imprensa em frente ao templo Sikh em Nova York
Foto: Reuters
Agente especial do FBI Teresa Carlson fala em uma conferência para a imprensa em Oak Creek, Wiscosin, enquanto membros do templo onde ocorreu o massacre assistem. A polícia identificou o atirador que matou 6 pessoas no templo Sikh de Oak Creek como um veterano do Exército dos EUA. A polícia está investigando a sua possível ligação com grupos de supremacia ariana e com uma banda skinhead de rock
Foto: AP
O presidente Barack Obama afirmou que é preciso fazer um exame de consciência sobre como reduzir a violência nos Estados Unidos depois do tiroteio em um templo sikh em Wisconsin e disse ainda que estava muito abalado pela tragédia
Foto: Reuters
Foto do MySpace da banda End Apathy mostra o que seria Wade Michael Page, guitarrista e vocalista do grupo