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Chile: mineiro que sobreviveu a acidente quer voltar ao trabalho

4 ago 2012 - 15h47
(atualizado às 16h22)
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Edison Peña, um dos sobreviventes dos "33 do Atacama", disse neste sábado que gostaria de voltar a trabalhar numa mina, um dia antes de se completar dois anos do acidente no qual ele e mais 32 trabalhadores ficaram durante 70 dias soterrados a 700 metros de profundidade. Após afirmar que ninguém ofereceu trabalho a ele após o acidente, Peña, conhecido por ser fanático por Elvis Presley, admitiu que ele gostaria de retornar às profundezas da terra, embora tenha reconhecido que é muito difícil que algum empresário pense nessa possibilidade.

"Acho que podem estar pensando que nós somos um perigo para o trabalho, quem nos daria trabalho? Quem me daria uma responsabilidade como estou agora? Eu quero uma oportunidade", disse o mineiro para o jornal La Tercera. O trabalhador, um dos mais conhecidos do grupo, visitou em janeiro do ano passado a mansão de seu ídolo, o rei do rock, em Memphis, nos Estados Unidos. Peña advertiu que após o acidente as "medidas de segurança nas minas seguem sendo insuficientes".

"Não são suficientes porque pessoas continuam morrendo e há muitos empresários que têm várias minas no norte e seguem passando por cima das medidas de segurança. Acredito que pagam para não serem denunciados, não tenho medo de falar isso", atacou. Peña, que ganhou o apelido de "atleta" porque corria pelas galerias subterrâneas da mina San José durante o tempo em que o grupo esteve preso, afirmou ao jornal que não conseguiu se livrar do trauma de ficar soterrado por tanto tempo.

O mineiro disse que a melhor experiência que teve ao ser libertado foi "voltar a ver o céu". "Minha ex-mulher me mandou uma foto do sol, me enviaram pelo duto enquanto estava na mina, foi muito emocionante", contou. Peña não resistiu à popularidade que os "33 do Atacama" ganharam após o acidente e chegou a ser internado por dependência de drogas e álcool.

Apesar disso, o mineiro participou de vários eventos esportivos, entre eles uma prova de triatlo próximo da capital chilena, poucos dias depois de sair da mina, e das maratonas internacionais de Tóquio e Nova York.

EFE   
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