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Desemprego na Espanha chega a 24,6%, um novo recorde

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Por Paul Day

MADRI, 27 Jul (Reuters) - O desemprego na Espanha atingiu no segundo trimestre seu maior nível desde o fim da ditadura franquista, em 1975, refletindo uma crise de confiança que atinge empresários e consumidores e ainda deve se agravar, por causa da persistente recessão.

O índice nacional subiu de 24,4 por cento em março para 24,6 por cento no trimestre passado, disse o Instituto Nacional de Estatísticas nesta sexta-feira. Essa é a maior proporção em toda a União Europeia - são 5,7 milhões de espanhóis sem trabalho.

Depois de receber socorro internacional para os seus bancos, o governo conservador tenta evitar a necessidade de um pacote para as próprias contas públicas, e por isso impõe medidas de austeridade que, segundo críticos, contribuem para uma redução ainda maior da atividade econômica.

"O índice de desemprego) é mais um exemplo da sombria posição em que a economia está, e com a economia sem perspectiva de crescer tão cedo, e provavelmente com mais chances de aprofundar-se na recessão, as coisas só irão piorar", disse o economista Ben May, da empresa Capital Economics.

A cifra divulgada nesta sexta-feira está abaixo da estimativa da Reuters, que era de 24,9 por cento, mas é a maior da atual série histórica, iniciada em 1976, ano seguinte à morte de Franco, fato que iniciou a transição da Espanha para a democracia.

A economia espanhola está estagnada ou em recessão desde o começo de 2008, quando a oferta de crédito barato secou, e estourou a bolha do setor imobiliário - que emprega muita mão de obra na construção civil.

A atual fase de declínio, que começou no primeiro trimestre, ainda deve durar até o ano que vem, e o governo admitiu na semana passada que pelo menos até 2015 o desemprego deve continuar rondando os 22 por cento.

Quase um terço de todos os desempregados da zona do euro está na Espanha, e os jovens são os mais afetados. Segundo dados da Eurostat (agência europeia de estatísticas), metade dos espanhóis com até 26 anos e aptos para o trabalho estão sem emprego.

A situação é ainda mais grave na Andaluzia (sul), onde o desemprego chega a 33,9 por cento, e onde a ocupação de imóveis se tornou um foco dos protestos contra as medidas de austeridade do governo.

Por outro lado, no industrializado País Basco (norte), a cifra de desocupação ficou em 14,6 por cento no segundo trimestre.

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