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Política

Bolívia denuncia "pressões" do Brasil por salvo-conduto a senador

19 jul 2012 - 13h12
(atualizado às 13h27)
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O governo da Bolívia acusou nesta quinta-feira o embaixador brasileiro no país, Marcel Biato, de fazer "pressões" para que entregue um salvo-conduto ao senador opositor Róger Pinto, refugiado desde maio na sede diplomática do Brasil em La Paz.

"Deploramos as declarações do embaixador do Brasil na Bolívia", disse a ministra de Comunicação boliviana, Amanda Dávila, segundo a agência de notícias estatal ABI, acrescentando que Biato pressiona "através da imprensa, ao contrário das normas diplomáticas vigentes".

O Brasil já concedeu asilo ao parlamentar, mas o governo de Evo Morales se nega a lhe dar um salvo-conduto para que deixe a Bolívia, com o argumento de que tem ainda pendentes vários processos judiciais por acusação de corrupção, todos abertos por denúncias do governo.

O senador, refugiado na embaixada brasileira desde o dia 28 de maio, alega que é vítima de "perseguição política" por acusar Morales de corrupção e conivência com o narcotráfico.

"Enviamos todos os antecedentes para que as autoridades (do Brasil) comprovem que tomaram uma decisão acelerada para outorgar o asilo político sem ter conhecimento sobre processos judiciais que neste momento tem o senhor Róger Pinto na justiça", disse Dávila. A ministra assegurou que o governo brasileiro ignorou a convenção internacional sobre asilo político ao concedê-lo a Pinto.

Desde que Morales chegou ao poder, em 2006, dezenas de dirigentes de oposição buscaram refúgio em Brasil, Paraguai, Estados Unidos, Peru e Espanha, entre outros países, após acusar o governo de perseguição política e argumentando que não terão um julgamento justo na Bolívia.

EFE   
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