Exército da Síria bombardeia Homs e leva tanques a Damasco
15 jul2012 - 13h58
(atualizado às 17h03)
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O exército sírio intensificou neste domingo os bombardeios contra o reduto opositor de Homs e entrou com tanques no bairro de Al Tadamun, em Damasco, segundo grupos opositores, que denunciaram a morte de cerca de 50 pessoas. A capital síria, Damasco, foi palco dos combates "mais violentos" desde o início da revolta, disse o Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH).
"O exército regular lança tiros de morteiro contra diversos bairros" onde se encontram combatentes rebeldes do Exército Sírio Livre (ESL), disse à AFP o diretor do OSDH, Rami Abdel Rahmane. Os combates em Damasco "nunca tiveram esta intensidade", acrescentou.
O ativista de Homs Abdel Salam Al-Homsi disse à agência EFE via internet que as forças governamentais bombardearam os bairros de Baba Amr e Yobar dessa cidade, e que somente se livraram dos ataques as áreas habitadas pela comunidade alauí, à qual pertence o presidente sírio, Bashar al-Assad.
Nos arredores de Homs, a ofensiva militar afetou as localidades de Houla, Rastan, Al Buaida, Al Sharquiya, Talbisa e Talkalaj, onde foram registradas explosões frequentes e disparos de armamento pesado. Homsi afirmou que essas áreas sofrem, além disso, "um bloqueio total" e uma grande escassez de alimentos e de remédios, depois que aumentaram os reforços militares em seus arredores.
"Os que sofrem ferimentos graves nessas localidades morrem diante dos nossos olhos sem que tenhamos possibilidades de ajudá-los", lamentou o opositor. O ativista Abu Qais al Shami, de Damasco, afirmou à EFE por telefone que as forças governamentais bombardearam o bairro de Al Tadamun e depois entraram com tanques.
Esse ataque, que continua acontecendo, gerou milhares de retirantes e dezenas de feridos, além de crateras na estrada que conduz ao aeroporto. Situação parecida aconteceu nas localidades de Dariya e Misraba, na periferia de Damasco, onde as forças governamentais entraram e iniciaram uma forte onda de prisões, assim como na província de Deir ez-Zor.
Segundo os Comitês da Coordenação Local (CCL), 46 pessoas morreram no total no país hoje devido às ações repressoras das tropas oficiais, enquanto o opositor Observatório Sírio de Direitos Humanos documentou a morte de 37 civis e desertores e de 18 membros das forças do regime.
Com informações da AFP e EFE.
Neste domingo, o exército sírio intensificou os bombardeios contra o reduto opositor de Homs. Esta foto, tirada no sábado, mostra o funeral de um homem morto durante ofensiva na cidade
Foto: AP
Homens de luto lamentam sobre o corpo de um homem identificado como Issa al-Anjari durante seu funeral, em Baba Amr, na cidade de Homs, no sábado. O ativista Abdel Salam Al-Homsi disse à agência EFE que as forças governamentais bombardearam os bairros de Baba Amr e Yobar dessa cidade
Foto: AFP
A imagem, tirada no sábado, mostra um vilarejo destruído em Homs
Foto: Reuters
Dois membros do Exército Livre da Síria tomam posições de defesa em uma casa no bairro El Moalimin, em Homs. A imagem foi registrada no sábado
Foto: Reuters
Sírios residentes em Qusayr, na província de Homs inspecionam um abrigo improvisado debaixo de uma loja de pneus. O local tem sofrido bombardeios diários
Foto: AFP
Segundo o Observatório Sírio de Direitos Humanos, a capital da Síria, Damasco, foi neste domingo palco dos combates "mais violentos" desde o início da revolta popular no País. Na foto, o funeral de duas vítimas mortas no bairro Barza na sexta-feira
Foto: AFP
Neste domingo, homens realizaram um protesto, levando o caixão de Muhammad Barakat. Os manifestantes dizem que o homem foi morto em Yabroud, próximo a Damasco, pelas forças leais ao presidente da Síria, Bashar al-Assad
Foto: Reuters
Mulher chora sobre o corpo de um parente na cidade de Tremseh. A imagem foi registrada na sexta-feira e divulgada neste domingo pela oposição síria. O governo sírio negou o uso de armas pesadas em Tremseh
Foto: AP
A imagem, tirada na sexta-feira e fornecida por uma rede de notícias da cidade de Idlib, mostra soldados do Exército Livre da Síria, principal força de oposição ao governo
Foto: AP
Nesta foto, também tirada na sexta-feira, soldados do Exército Livre da Síria correm para se esconder em Idlib, província ao norte do País
Foto: AP
Uma imagem retirada de um vídeo divulgado pela Missão das Nações Unidas de Supervisão na Síria mostra um homem segurando um colchão manchado de sangue em uma casa danificada na aldeia de Treimsa, na província central de Hama, neste domingo
Foto: AFP
A Síria negou que suas forças armadas tenham realizado um massacre em Treimsa
Foto: AFP
Nesta imagem, também do vídeo da ONU, uma mulher lamenta a morte do seu filho em Treimsa