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Oriente Médio

Embaixador da Síria no Iraque deserta e se junta à oposição

11 jul 2012 - 15h34
(atualizado às 20h21)
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O embaixador da Síria no Iraque desertou na quarta-feira em protesto em protesto à repressão militar promovida pelas forças do presidente, Bashar al-Assad, contra uma repressão a opositores que já dura 16 meses, afirmaram fontes da oposição síria. Al-Fares acrescentou que se junta à revolução contra o presidente da Síria, Bashar al-Assad. "Declaro que me juntei, a partir deste momento, às fileiras da revolução do povo sírio", disse, em vídeo publicado no Facebook.

Nawaf Fares, em 2008, durante encontro com enviados das Nações Unidas, na cidade síria de Quneitra
Nawaf Fares, em 2008, durante encontro com enviados das Nações Unidas, na cidade síria de Quneitra
Foto: AP

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Nawaf al-Fares, que tinha laços estreitos com a força de segurança síria, é o primeiro diplomata do alto escalão a abandonar o governo. Não houve comentários por parte de Damasco ou de Bagdá. Veterano do governo de Assad que ocupou cargos importantes na época do já falecido presidente Hafez al-Assad, Fares é de Deir al-Zor, cidade no leste do país que tem sido palco de ataques militares ferozes promovidos pelas forças de Assad.

"Isso é apenas o início de uma série de deserções no nível diplomático. Estamos em contato com diversos embaixadores", disse Mohamed Sermini, integrante do principal grupo de oposição, o Conselho Nacional Sírio.

A deserção de Fares, que é sunita, pode representar um golpe importante para Assad, que deseja convencer o mundo de que conduz uma defesa legítima de seu país contra grupos armados apoiados por estrangeiros que querem derrubar o governo.

A decisão de Fares de abandonar o barco segue-se à saída do país na semana passada do general-de-brigada sunita Manaf Tlas, que já foi bastante amigo de Assad, cuja seita alauíta, minoritária, depende de aliados sunitas para manter o controle sobre a população síria, de maioria sunita. Tlas viajou para Paris e não falou sobre suas intenções. Fontes da oposição afirmaram que Fares estava saindo do Iraque, mas não estava claro para onde ele iria.

O primeiro sinal de racha nas fileiras diplomáticas da Síria ocorre no momento em que Assad recebe mais apoio das duas potências que resistem à pressão ocidental e do Golfo Pérsico para derrubá-lo: Rússia e China.

Na quarta-feira, a China apoiou o enviado da Organização das Nações Unidas (ONU) Kofi Annan, que pediu o envolvimento do Irã nas conversações internacionais para resolver a crise síria. No último ano, China e Rússia bloquearam os esforços do governo norte-americano e dos aliados do Golfo Pérsico para desequilibrar as forças contra Assad.

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