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América Latina

Mujica defende legalização da maconha contra poder do narcotráfico

5 jul 2012 - 14h47
(atualizado às 15h31)
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O presidente do Uruguai, José Mujica, explicou nesta quinta-feira para a rádio colombiana RCN suas ideias sobre como o Estado deve realizar a venda de maconha e disse não querer ver seu país dominado pelo narcotráfico.

"Temos (no Uruguai) cerca de 150 mil consumidores de maconha, que de alguma maneira precisam conseguir a droga porque são viciados. O mercado existe. Nós não o inventamos. Nossa tese é que esse mercado seja controlado pelo Estado por um preço razoável, registrando-se o que cada um consome", disse Mujica.

O governante uruguaio considerou que desta maneira seriam evitados muitos tipos de crimes, pois "o viciado sai para roubar, o que além de um delito representa mais custos para o Estado. É mais razoável reconhecer este fato e começar a conduzi-lo".

Mujica apresentou em 20 de junho ao Parlamento de seu país uma proposta para legalizar a venda de maconha e conceder ao governo o controle do consumo de entorpecentes. Segundo a iniciativa, que inclui 16 medidas, se o Estado for responsável pela venda da substância retiraria um importante lucro dos narcotraficantes. Mujica também acredita que desta maneira os atuais viciados em cocaína prefeririam uma droga "leve" como a maconha. "Vamos convencer a opinião pública antes de apresentar um projeto de lei de legalização", afirmou.

O presidente do Uruguai disse que a legalização da maconha seria parecida com a do tabaco, ou "como ocorreu com o álcool, com a prostituição, casos em que os homens não queriam ver o que existia e aprenderam que era melhor organizar o que realmente existe". Mujica informou que existem cerca de duas mil bocas de fumo em um país de "apenas três milhões de habitantes" e calculou que no Uruguai há "200 mil viciados".

O chefe de Estado disse ainda que a existência de viciados é um problema médico, muito menor do que o narcotráfico. Mujica explicou que no Uruguai "nunca vamos legalizar todas as drogas" e insistiu na regularização da "menos prejudicial delas, com certos limites". O presidente afirmou ainda que no Uruguai "o consumidor não é castigado, mas sim quem vende, mas se há consumidores, de algum lugar eles têm que comprar".

EFE   
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