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Irã e Estados Unidos medem forças e tensão no Golfo Pérsico aumenta

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TEERÃ, 3 Jul 2012 (AFP) -O Irã lançou nesta terça-feira dezenas de mísseis balísticos em um exercício de simulação de ataque contra uma "base militar inimiga", enquanto os Estados Unidos reforçam sua presença naval no Golfo, em um contexto de tensão crescente em relação ao programa nuclear iraniano.

Os mísseis balísticos, sobretudo do tipo Shahab-3, capazes de alcançar Israel e as bases americanas no Oriente Médio, foram lançados de várias regiões contra uma réplica de uma "base militar inimiga" construída em um deserto em uma região central do Irã, indicaram Guarda da Revolução, a organização militar que controla os mísseis do país.

As manobras tiveram "100%" de êxito e demonstram "a determinação, a vontade e a capacidade do povo iraniano para defender seus interesses nacionais", afirmou o general Hosein Salami, número 2 dos Guardiões da Revolução.

As atividades são "uma mensagem às nações aventureiras" que tenham a intenção de atacar o Irã, disse o general Amir Ali Hajizadeh, comandante das forças que organizaram os exercícios.

Caso o Irã sofra alguma ofensiva, os dirigentes iranianos ameaçam atacar não apenas Israel, como também as bases americanas no Golfo e no Oriente Médio.

Israel e os Estados Unidos já mencionaram em diversas oportunidades nos últimos meses a possibilidade de atacar as instalações nucleares iranianas se fracassarem os esforços diplomáticos das grandes potências para convencer Teerã a interromper seu polêmico programa nuclear.

As discussões foram retomadas em abril, depois de terem ficado suspensas por 15 meses, mas as três rodadas de negociações realizadas até agora não apresentaram resultados, o que aumenta o risco de um conflito militar.

Ao mesmo tempo, de acordo com o New York Times, os Estados Unidos têm reforçado sua presença militar no Golfo para evitar o fechamento do Estreito de Ormuz e poder atacar o Irã, caso seja necessário.

Esse reforço é uma maneira de demonstrar a preocupação de Washington em relação ao programa nuclear de Teerã e sua vontade de garantir a livre circulação dos navios petroleiros por Ormuz, ainda segundo o New York Times, que menciona um alto representante do Pentágono.

No Irã, cerca de 120 parlamentares assinaram um projeto de lei para proibir a passagem pelo estreito desses petroleiros, que vão até a Europa e em 1º de junho impuseram um embargo contra o petróleo iraniano.

Desde o início do ano, o Irã ameaça fechar este acesso, por onde passa 35% do petróleo bruto transportado por via marítima no mundo, em caso de sanções contra as exportações de petróleo.

No entanto, vários representantes políticos e militares negaram essa ameaça.

Em meio a este contexto, especialistas iranianos e grandes potências se reuniram nesta terça-feira em Istambul para tentar encontrar una maneira de avançar nas negociações nucleares.

O porta-voz iraniano das Relações Exteriores acusou os ocidentais de comprometerem as negociações e reiterou que não haverá solução diplomática sem o reconhecimento dos "direitos" nucleares do Irã, em particular o enriquecimento de urânio, aspecto central no conflito com as grandes potências.

O presidente iraniano, Mahmud Ahmadinejad, tornou a repetir que Teerã não cederá às pressões contra o programa nuclear iraniano.

As sanções ocidentais ao petróleo "são as mais duras já impostas ao Irã, mas os inimigos que acreditam que podem nos enfraquecer estão errados", declarou diante de membros dos serviços de inteligência.

sgh/lma/hj/pc/avl/dm

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