"Zumbi de Miami" estava sob influência de maconha, aponta exame
28 jun2012 - 15h58
(atualizado às 16h19)
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O exame toxicológico feito no corpo de Rudy Eugene, que ficou conhecido como "zumbi de Miami", apontou que ele estava sob efeito de maconha no momento do ataque canibal que desfigurou o rosto de um morador de rua. Nenhuma outra droga foi encontrada - derrubando a especulação de que o homem agiu sob influência de drogas sintéticas, como "sais de banho". As informações são do Miami Herald.
Durante semanas após o caso de canibalismo, rumores deram conta de que drogas pesadas teriam causado um surto psicótico e estimulado o autor do crime. A possibilidade de "sais de banho" terem sido ingeridos por Rudy Eugene foi levantada no início das investigações pela polícia de Miami, porém descartada com a divulgação do exame toxicológico.
O laboratório forense constatou a ausência de "sais de banho", maconha sintética, LSD e outras substâncias, destacando que "dentro dos limites" da tecnologia utilizada, maconha foi a única droga encontrada no sistema do criminoso. O anúncio foi feito em um comunicado de imprensa assinado pelo médico Bruce Hyma.
A parte superior do rosto da vítima, Ronald Poppo, foi severamente danificada. Seu olho direito foi removido a dentadas por Rudy Eugene, morto pela polícia depois do ataque no final de maio. Seu nariz foi removido pelas mordidas, e há ferimentos graves na testa. De acordo com os médicos do Jackson Memorial Hospital, onde ele está internado, cerca de 50% do rosto foi perdido.
Sais de banho Vendida ilegalmente em pacotes semelhante ao de sais de banho convencionais, essa droga provoca paranoia extrema, agitação, alucinações e força incomum, segundo médicos. Seu consumo tem crescido nos últimos anos: apenas em 2012, foram relatados mais de 6 mil casos.
Drogas como os "sais de banho" podem causar surtos de esquizofrenia, especialmente se o usuário sofre de doença mental. A percepção de dor também é alterada, e automutilação é uma consequência comum em pessoas que utilizam essa droga. Os usuários tendem a ficar momentaneamente insanos e se tornam muito violentos.
A médica Wrood Kassira, da Universidade de Miami, falou sobre o estado de saúde de Ronald Poppo em coletiva de imprensa. A vítima do ataque canibal está consciente e passa bem, segundo os médicos, porém ainda necessita de cirurgias plásticas para que possa recuperar parte do rosto perdida
Foto: AP
Foto: Terra
Rudy Eugene, o canibal que comeu o rosto de um morador de rua e ficou conhecido como o "zumbi de Miami", era religioso e não usava drogas, afirmou Yovonka Bryant, que manteve um relacionamento com ele durante quatro meses. "Eu me sentia segura com Rudy. Ele era feliz, bem-humorado", disse ela
Foto: AP
Yovanka Bryant (E) convocou uma coletiva de imprensa com sua advogada, Gloria Allred (D), para que o público soubesse a verdade sobre Rudy Eugene
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A namorada do "zumbi" afirmou que ambos liam a Bíblia e o Alcorão juntos, e assistiam a programas religiosos na televisão nas manhãs. Foto nas mãos da advogada de Yovanka Bryant mostra o casal se beijando
Foto: AP
Foto: Terra
Rudy Eugene (esq.) foi morto após comer o rosto de Ronald Poppo e ficou conhecido como o "zumbi de Miami". A polícia da cidade americana investiga o que levou Eugene a praticar o ataque. Poppo foi internado no hospital Jackson no último fim de semana com ferimentos graves nas bochechas, nariz, olhos e testa - apenas o cavanhaque ficou intacto
Foto: AP
Eugene estava nu quando passava pela ponte da autopista MacArthur, sob a qual dormia Poppo. O agressor, que a polícia acredita que estava sob o efeito de drogas, bateu no morador de rua, tirou-lhe as roupas e começou a comer seu rosto
Foto: AP
O investigador Andres Betancourt fotografa um cartão de crédito que pertencia a Rudy Eugene durante as investigações, em Miami
Foto: AP
Motoristas e ciclistas que passavam pelo local avisaram a polícia. "O indivíduo estava desfigurando o outro com a boca, e gritei para que parasse, mas ele continuou", disse a testemunha que denunciou o crime à polícia, Larry Vega. "Foi uma das coisas mais horrendas que eu já vi", afirmou
Foto: AP
O sargento Javier Ortiz, vice-presidente da Ordem Fraternal de Polícia de Miami, concede entrevista sobre as investigações do caso