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Oriente Médio

Piloto da força aérea síria pede asilo na Jordânia

21 jun 2012 - 12h04
(atualizado às 12h52)
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Um piloto da força aérea síria voou em seu avião de caça MiG-21 ao longo da fronteira com a Jordânia e pediu asilo nesta quinta-feira, na primeira deserção envolvendo um avião militar desde o início do levante contra o presidente Bashar al-Assad.

O piloto pousou seu avião na base aérea militar Rei Hussein, a 80 quilômetros a nordeste de Amã, e imediatamente pediu asilo, disseram autoridades jordanianas à Reuters. "Ele está sendo interrogado neste momento", informou o ministro de Estado da Informação da Jordânia, Samih al-Maaytah.

A deserção vai aumentar a moral do movimento rebelde que luta contra Assad num momento em que as forças do governo estão intensificando os esforços para esmagar a revolta e os esforços internacionais de paz estão paralisados.

Milhares de soldados desertaram do governo nos 15 meses desde que a revolta eclodiu e eles agora formam a espinha dorsal do exército rebelde. Mas, ao contrário das revoltas do ano passado na Líbia e Iêmen, nenhum membro do círculo íntimo de Assad rompeu com ele.

Em outro lugar nesta quinta-feira, o Exército sírio manteve seu bombardeio de áreas centrais de Homs, apesar de uma trégua temporária ter sido acordada para permitir que os trabalhadores humanitários retirassem doentes e feridos.

O Comitê Internacional da Cruz Vermelha disse que seus trabalhadores de ajuda tinham sido forçados a voltar atrás no caminho pela cidade velha de Homs por causa de tiroteios, mas iriam tentar novamente no final do dia.

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"O bombardeio do outro lado da cidade tem sido incansável desde a noite passada, intensificando esta manhã. O Exército não tem a intenção de aliviar a situação humanitária. Eles querem Homs destruída", disse o ativista Abu Salah à Reuters de Homs.

O Observatório Sírio para os Direitos Humanos, uma organização a favor da oposição, informou que 31 pessoas foram mortas em todo o país durante o dia, com pelo menos 10 deles em Homs.

A televisão estatal síria informou que o piloto que desertou era o coronel Hassan Hamada. A comunicação com o avião foi perdida enquanto ele estava em uma missão de treinamento, perto da fronteira com a Jordânia, disse.

Fontes da oposição afirmaram que Hamada é um muçulmano sunita de 44 anos da província de Idlib e levou sua família escondida para a Turquia antes de sua deserção.

Sua cidade natal Kfar Takharim tem sido repetidamente bombardeada nos últimos meses e sofreu intensa artilharia e bombardeios de helicópteros nos últimos dias, segundo militantes da oposição que falaram com a família.

Muitos membros da Força Aérea, bem como soldados do Exército, são da maioria sunita da Síria, embora oficiais da Inteligência sejam, em grande parte, alauítas, a seita minoritária à qual Assad e sua família pertencem e que constitui a sua base de poder.

O Instituto Internacional de Estudos Estratégicos diz que a Força Aérea tem 365 aviões de combate capazes, incluindo 50 caças MiG-23 Flogger e MiG-29 Fulcrum e 40.000 combatentes -um reflexo da esmagadora vantagem militar que Assad tem sobre seus inimigos mal equipados.

A deserção mais importante até agora no conflito foi a do coronel Riad al-Asaad em julho do ano passado, que ajudou a criar o movimento rebelde Exército Livre da Síria depois de buscar refúgio na Turquia.

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