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Europa

Antonis Samaras, um conservador em busca da liderança grega

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O líder do partido conservador grego Nova Democracia (ND), Antonis Samaras, busca retomar o fôlego de sua legenda após uma vitória eleitoral por decepcionante margem, em 6 de maio, e tentará conseguir no dia 17 uma vitória que lhe permita formar um governo.

Antonis Samaras, um conservador em busca da liderança grega
Antonis Samaras, um conservador em busca da liderança grega
Foto: AFP

Samaras sempre se caracterizou por sua ambição, tanto nas lutas internas pela liderança de seu partido, na década de 1990, como nas infrutíferas negociações para a formação de um governo no mês passado, quando o líder de um partido nacionalista atribuiu o fracasso à sua insistência em ser nomeado primeiro-ministro.

Descendente de uma família de ricos comerciantes e políticos, Samaras nasceu em Atenas em 1951 e estudou Economia na prestigiosa Amherst College de Massachussets - onde curiosamente dividia quarto com quem depois seria seu arquirrival político, o socialista Giorgos Papandreou - e Administração em Harvard (EUA). Em 1977, um ano após se formar em Harvard, Samaras foi eleito deputado do Parlamento grego pelo ND, chegando a ministro das Finanças em 1989 e, pouco depois, ministro de Relações Exteriores.

Desafiar Konstantinos Mitsotakis, líder do ND, deixou-o fora do partido, e com isso o ateniense fundou sua própria legenda, a Primavera Política. Ela, porém, não obteve bons resultados e terminou dissolvida pelo próprio Samaras em 2004, quando se reintegrou aos conservadores. A oportunidade de se vingar chegou a Samaras nas eleições de 2009, depois que a ND teve os piores resultados de sua história até então (33%) e seu líder renunciou: a chefia do partido ficou com a filha de Mitsotakis, Dora Bakoyannis, que acabou formando seu próprio partido.

Nas eleições de 6 de maio, o ND foi o partido mais votado, mas com uma nova baixa recorde de apoio: 18,8% dos votos, o que provocou a fragmentação do parlamento, impediu a formação de governo e levou à convocação de um novo pleito para 17 de junho. Com a vantagem que as pesquisas dão ao esquerdista Syriza, segunda força nas eleições de maio, Samaras convocou a união de todas as forças da direita, o que fez com que Bakoyannis e sua extraparlamentar Aliança Democrática se reintegrassem ao ND.

Na nova campanha eleitoral, Samaras prometeu baixar os impostos e aumentar o auxílio social, além de suavizar as novas medidas de austeridade exigidas por Bruxelas como condição para continuar recebendo ajuda financeira. De fato, a postura de Samaras em relação aos dois memorandos de austeridade assinados pela Grécia com a UE mudou: na época do primeiro plano de resgate, assinado em 2010, o candidato se opôs veementemente e expulsou os deputados de seu partido que o apoiaram.

Já em relação ao segundo, assinado em 2012, mostrou reservas e não quis que nenhum alto cargo do ND participasse do governo de coalizão dirigido pelo ex-banqueiro Lucas Papademos, para não se desgastar antes das eleições. Mesmo assim, com a insistência de Bruxelas, o conservador assinou uma carta na qual se comprometia a respeitar o documento, para mais tarde pedir sua renegociação. Sua última mensagem a respeito é que a carta não foi um compromisso para respeitar o memorando mas para "trocá-lo".

Samaras dirigiu as maiores críticas da nova campanha ao líder da coalizão de esquerda radical Syriza, Alexis Tsipras, a quem acusa de "populismo" e de querer tirar o país da zona do euro, levando-o à "decadência".

EFE   
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