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Mundo

Multidão protesta contra candidatura de Ahmed Shafiq no Egito

5 jun 2012 - 18h21
(atualizado às 20h07)
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Uma multidão protestou nesta terça-feira na praça Tahrir, no Centro do Cairo, para pedir a anulação da candidatura de Ahmed Shafiq no segundo turno das eleições presidenciais do Egito por considerá-lo parte do regime de Hosni Mubarak, derrubado na revolução de 25 de janeiro do ano passado.

Egípcia entoa coro em protesto contra Mubarak e seu candidato na praça Tahrir
Egípcia entoa coro em protesto contra Mubarak e seu candidato na praça Tahrir
Foto: AP

O protesto foi convocado por várias entidades civis e partidos políticos, entre eles o braço político da Irmandade Muçulmana, Partido Liberdade e Justiça (PLJ) - majoritário no Parlamento egípcio - candidato do movimento e rival de Shafiq no segundo turno das presidenciais, Mohammed Mursi, além de três aspirantes derrotados no primeiro turno.

"Não gostamos de você, Shafiq, após Mubarak e seus escândalos", "Teatro! Teatro! Teatro! O grupo é o mesmo" e "Execução! Execução! Atiraram contra nossos irmãos" foram algumas das frases mais repetidas pelos manifestantes.

O general reformado Shafiq, último primeiro-ministro de Mubarak, concorrerá contra Mursi no segundo turno das eleições presidenciais, previsto para os dias 16 e 17 de julho.

"Queremos um Conselho Presidencial que supervisione a transição para que exclua membros do regime de Mubarak das eleições presidenciais", disse à Agência Efe a manifestante Maryam Raya, professora de 43 anos, que empunhava uma bandeira egípcia na qual escreveu: "Conselho presidencial".

Outra manifestante, Manal Abdul Aziz, dona de casa de 44 anos, disse à Efe que Shafiq deve ir embora porque pertence ao antigo regime. "Está envolvido em seus crimes e em sua corrupção. A prioridade agora é o isolamento de Shafiq".

Entra as figuras públicas que participaram do protesto desta terça-feira, o candidato nasserista derrotado no primeiro turno, Hamdeen Sabahi, protagonizou uma marcha de quatro quilômetros desde a mesquita Mustafa Mahmoud, no bairro de Mohandesin, até a praça Tahrir.

Sabahi, que também reivindica a formação de um Conselho Presidencial civil, foi recebido por centenas de seus seguidores, segundo a Efe pôde constatar.

Além das reivindicações de excluir Shafiq do pleito, os manifestantes pediram a repetição do julgamento contra Mubarak, seus dois filhos, Alaa e Gamal, seu ministro do Interior, Habib al Adli, e seis ex-altos funcionários de segurança do antigo regime.

No sábado passado, Mubarak e Adli foram condenados à prisão perpétua pela morte de manifestantes, enquanto os filhos do ex-presidente e os ex-funcionários foram absolvidos. Muitos dos manifestantes desta terça-feira exigiam pena de morte ao ex-líder e se mostravam insatisfeitos com a absolvição da maioria dos réus.

EFE   
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