PUBLICIDADE

Oriente Médio

Annan se diz frustrado com Síria; atenções voltam-se à Rússia

Compartilhar

O enviado de paz Kofi Annan disse nesta sexta-feira estar "frustrado e impaciente", uma semana depois de o massacre de 108 pessoas ter chocado o mundo. Ao mesmo tempo, havia sinais de que a Rússia pudesse estar se aproximando da posição do Ocidente para lidar com a crise.

O presidente russo, Vladimir Putin, negou que a Rússia, que tem uma base na Síria e fornece armas para o país, estivesse armando o governo sírio para reprimir os rebeldes, rejeitando uma crítica dos Estados Unidos feita a um carregamento de armas a Damasco.

Depois de conversar com a chanceler alemã, Angela Merkel, e antes de se reunir com presidente francês, François Holland, Putin reiterou que Moscou não apoia nenhum dos lados no que classificou de situação "extremamente perigosa" na Síria e afirmou que é preciso paciência para chegar a uma solução política.

As potências mundiais pressionam por uma resolução pacífica na Síria para evitar que o país mergulhe em uma guerra civil geral que poderia deflagrar um conflito regional. Mais de 10 mil pessoas morreram ao longo de 15 meses em um levante contra o presidente Bashar al-Assad.

"Acho que talvez eu esteja mais frustrado do que a maioria de vocês, porque estou no meio disso", disse Annan a jornalistas depois de conversar em Beirute com o primeiro-ministro do Líbano, Najib Mikati. "Quero ver as coisas acontecerem mais rápido", afirmou ele.

Os rebeldes sírios, que concordaram com um plano de cessar-fogo em 12 de abril proposto por Annan, têm pedido que ele declare o plano encerrado, liberando-os de qualquer compromisso com uma trégua que foi violada várias vezes pelos rebeldes e pelas forças do governo.

O governo sírio diz querer que o plano de Annan consiga encerrar com a violência para que a crise seja resolvida por meio de negociação política.

Embora recuse a declarar o cessar-fogo um fracasso, Annan apoiou novas medidas do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU). "Se houver outras opções na mesa, eu aprovo e darei apoio", disse ele.

Indignação
A indignação com as mortes em massa ocorridas na sexta-feira passada na cidade síria de Houla, documentada pelos observadores da ONU, levou uma série de países ocidentais a intensificar a pressão sobre a Síria, expulsando diplomatas do país, e a pressionar a Rússia e a China para que permitam uma ação mais dura por parte do Conselho de Segurança.

China e Rússia, porém, mantêm a rejeição a qualquer intervenção ou punição apoiada pela ONU para forçar Assad a mudar o curso, e ao mesmo tempo apoiam a iniciativa de paz de Annan, a única aceita amplamente para conter o derramamento de sangue na Síria.

Reuters Reuters - Esta publicação inclusive informação e dados são de propriedade intelectual de Reuters. Fica expresamente proibido seu uso ou de seu nome sem a prévia autorização de Reuters. Todos os direitos reservados.
Compartilhar
Publicidade