Maioria das vítimas em Houla foi vítima de execução sumária--ONU
GENEBRA, 29 Mai (Reuters) - Menos de 20 das 108 pessoas mortas no massacre na cidade síria de Houla foram vítimas de disparos de tanques e artilharia, e a maioria morreu baleada em suas casas, disse o Alto Comissariado de Direitos Humanos da ONU nesta terça-feira.
Testemunhas e sobreviventes disseram a investigadores da ONU que a maioria das vítimas morreu em duas ondas de assassinatos sumários realizados por milicianos "shabbiha" (pró-governo) na vizinha aldeia de Taldaou, segundo o porta-voz Rupert Colville.
"Acredito a esta altura, e eu salientaria que estamos em estágios muito preliminares, que menos de 20 das 108 (mortes) podem ser atribuídas a disparos de artilharia e tanques", disse ele a jornalistas em Genebra.
"Entre as vítimas conhecidas há aproximadamente 49 crianças e 34 mulheres, mas a cifra não é definitiva. "Há relatos de mais mortes", afirmou Colville.
"Quase metade dos que sabemos até agora são crianças-- isso é totalmente imperdoável--, e um número muito grande é de mulheres também", disse Colville. "A esta altura, parece que famílias inteiras foram baleadas nas suas casas."
Em meio à crescente indignação internacional com o episódio, a agência estatal de notícias Sana disse na segunda-feira que o governo atribuiu o massacre a militantes islâmicos.
"Mais uma vez solicitamos ao governo que conceda acesso imediato e irrestrito ao país", disse Colville. "É extremamente importante chegarmos ao fundo do que aconteceu."
(Reportagem de Stephanie Nebehay)