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Mundo

Terremoto de 5,8 graus mata ao menos 16 no norte da Itália

29 mai 2012 - 04h25
(atualizado às 19h01)
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Um terremoto de 5,8 graus na escala Richter atingiu o norte da Itália nesta terça-feira, matando ao menos 16 pessoas e espalhando pânico entre moradores da região, que ainda vivem em barracas após um outro tremor que destruiu suas casas há dez dias. Pelo menos cinco pessoas estão desaparecidas e 350 ficaram feridas, segundo o site da Ansa.

Equipes de resgate procuram por vítimas sob os destroços de uma fábrica que desabou na cidade de Mirandola
Equipes de resgate procuram por vítimas sob os destroços de uma fábrica que desabou na cidade de Mirandola
Foto: AP

Como se medem os terremotos

Lembre os maiores terremotos do século

O primeiro terremoto, de 5,8 graus, ocorreu às 7h GMT (4h de Brasília), perto de Modena, e foi sentido em todo o nordeste da península, a mesma região afetada pelo tremor de 20 de maio. Dois tremores secundários com magnitude superior a 5 graus foram registrados poucas horas depois na mesma região, a Emilia-Romagna, uma das mais populosas e industrializadas da península. De acordo com o Instituto de Geofísica italiano, um terremoto às 12h56 locais foi registrado a uma profundidade de apenas 1 km, durou 30 segundos e pode ter provocado inúmeros danos.

Outros dois tremores um pouco mais fracos foram sentidos na sequência: um de 5,3 graus e outro de 5,1 graus, ambos com epicentro na província de Modena. Embora de menor intensidade, os últimos terremotos geraram grandes alertas devido ao fato de terem ocorrido em menor profundidade, disse o Instituto italiano de Geofísica. Desde esta manhã, a terra não deixou de tremer e ocorreram cerca de 40 réplicas de menor intensidade.

Segundo as autoridades da região da Emilia-Romagna, 5 mil pessoas foram retiradas de suas casas após os terremotos desta terça-feira, das quais 4,5 mil na zona de Módena, perto do epicentro. Desde o dia 20 de maio, quando um terremoto sacudiu esta região deixando seis mortos e 5 mil evacuados, foram registradas 800 réplicas, quase uma centena entre Módena e Ferrara, zonas consideradas até agora de médio ou baixo risco sísmico.

O presidente da Itália, Giorgio Napolitano, enviou uma mensagem de apoio à população atingida pelos tremores. "Vamos superar este momento", anunciou ele, emocionado. O chefe de governo italiano, Mario Monti, interrompeu uma reunião para tranquilizar o país e garantir que "o Estado está preparado e fará o possível" ante a inédita emergência, prometendo ajuda em "um curto prazo". O papa Bento XVI, através de seu porta-voz, manifestou sua "dor e proximidade" com os atingidos pelo tremor.

Vítimas dos terremotos

Os policiais confirmaram a morte de três trabalhadores, um italiano, um marroquino e um indiano, após o desabamento de uma empresa de construção na comuna de San Felice Sul Panaro. "É um desastre, um desastre", disse o prefeito da cidade. "A fábrica ficou destruída, já não estamos seguros aqui", afirmou um funcionário indiano enquanto abraçava outros compatriotas. Outras duas fábricas desabaram na zona industrial desta localidade e os bombeiros trabalhavam para comprovar se havia mais pessoas presas entre os escombros.

Em Mirandola, foram registradas duas mortes em outra fábrica, enquanto em Concordia um idoso morreu ao ser golpeado por uma cornija. Além disso, outras duas pessoas morreram em Finale Emilia e em Cavezzo, assim como o padre de Rovereto di Novi. Na região de Emilia-Romagna, 7 mil pessoas estão sendo atendidas por 1,4 mil voluntários em 89 acampamentos improvisados instalados em escolas, hotéis e campos esportivos. "Era como um trovão, tudo tremia", afirmou uma jornalista do Corriere della Sera.

Danos em prédios históricos

Os novos terremotos provocaram estragos a edifícios históricos e 75% da cidade de Cavezzo desabou. Em Mirandola, várias igrejas sofreram graves danos, inclusive a basílica de San Francisco. Em toda a região, o terremoto derrubou edifícios que haviam sido afetados pelo tremor de 20 de maio, que teve 6 graus de magnitude.

Em Mantua, uma das joias do Renascimento, o Palácio Ducal, rachou e seu eixo central foi afetado, segundo o Corriere della Sera. Em Veneza, uma estátua caiu perto da praça Piazzale Roma, gerando pânico entre os turistas. Na Toscana, em particular em Florença e em Pisa, os escritórios públicos foram evacuados por precaução. A maioria das escolas da região, incluindo Milão, foi evacuada por medo de tremores secundários.

As autoridades ferroviárias da Itália suspenderam o trânsito de várias linhas na região para avaliar possíveis danos. Em Parma, no hotel onde a seleção italiana de futebol está hospedada, os jogadores correram para as ruas. A Federação Italiana de Futebol cancelou o amistoso que estava programado para quarta-feira contra Luxemburgo nesta cidade. As linhas telefônicas dos bombeiros e da defesa civil caíram devido ao grande volume de ligações e os 3.000 trabalhadores das fábricas da Ferrari, perto de Modena, foram enviados para casa.

Depois do terremoto de 20 de maio, mais de 417 tremores secundários foram registrados, entre eles três de magnitude superior a 5, segundo cálculos dos meios de comunicação. O governo decretou estado de emergência na semana passada e liberou 50 milhões de euros (R$ 125 milhões) para operações de resgate.

Com informações das agências AFP, EFE e Reuters.

Fonte: Terra
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