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Europa

Blair diz que temeu embate com barões da mídia britânica

28 mai 2012 - 15h54
(atualizado às 16h54)
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O ex-primeiro-ministro britânico Tony Blair disse em depoimento a um inquérito sobre as relações da mídia britânica com políticos do país que decidiu cortejar os meios de comunicação na Grã-Bretanha em vez de arriscar a ira de poderosos magnatas da mídia durante sua década no poder.

O depoimento de Blair foi interrompido por um manifestante gritando slogans contra a guerra e chamando o ex-líder trabalhista de criminoso de guerra por ter ajudado na invasão do Iraque em 2003.

O homem entrou por trás da tribuna onde Blair e o juiz estavam sentados e gritou: "este homem deveria ser preso por crimes de guerra. O homem é um criminoso de guerra".

Funcionários do tribunal levaram o invasor para fora da sala depois de aproximadamente 20 segundos e o presidente do inquérito, Lorde Leveson, pediu uma investigação imediata sobre como ele tinha conseguido interromper o processo.

Blair, o mais poderoso primeiro-ministro britânico desde Margaret Thatcher na década de 1980, disse que mesmo ele não estava disposto a arriscar ofender os grandes grupos de mídia.

"Se você é um líder político e você tem grupos de mídia muito poderosos e se desentende com um desses grupos, as consequências são tais que você... está efetivamente impedido de espalhar a sua mensagem", disse Blair ao inquérito sob juramento na Corte Real de Justiça, em Londres.

"Eu estou sendo aberto sobre o fato de que, francamente decidi como um líder político, e essa foi uma decisão estratégica, de que eu iria gerenciá-los e não confrontá-los. E nós podemos discutir sobre se isso era certo ou errado mais para frente, mas essa foi a decisão que tomei", disse.

A relação de Blair com a imprensa, e Rupert Murdoch em particular, está sendo investigada como parte do inquérito sobre os laços próximos entre políticos, a imprensa e policiais. Inicialmente a investigação era apenas sobre um escândalo de grampos telefônicos em um tabloide de propriedade de Murdoch.

Blair disse que a estreita relação entre os políticos e os meios de comunicação era inevitável, mas que se tornou doentia quando grupos de mídia tentaram usar seus jornais como instrumentos de poder político.

O inquérito tem se focado até agora na conduta dos meios de comunicação e nos laços estreitos entre o império de Murdoch e os ministros no poder.

O líder do Partido Trabalhista, Ed Miliband, da oposição, tem usado a polêmica para realizar ataques ao atual primeiro-ministro britânico, David Cameron.

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