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Estados Unidos

Americano é indiciado por morte de menino 33 anos depois

25 mai 2012 - 20h51
(atualizado às 21h25)
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Um homem que confessou à polícia o estrangulamento do menino Etan Patz, desaparecido há exatos 33 anos, aos 6 anos de idade, foi indiciado na sexta-feira por homicídio doloso, num caso que mudou a forma como os Estados Unidos lidam com casos de crianças desaparecidas.

Policiais trabalham na região do porão que poderia abrigar restos mortais de Etan Patz: escavações sem resultados, e caso do menino, desaparecido em 1979 com seis anos de idade, seguem em aberto
Policiais trabalham na região do porão que poderia abrigar restos mortais de Etan Patz: escavações sem resultados, e caso do menino, desaparecido em 1979 com seis anos de idade, seguem em aberto
Foto: AP

Pedro Hernández, de 51 anos, era estoquista numa mercearia da rua do SoHo, em Manhattan, onde Patz foi visto pela última vez em 25 de maio de 1979.

Segundo o indiciamento, de uma só frase, Hernández disse à polícia que "estrangulou Etan Patz e o colocou dentro de um saco plástico, causando portanto a morte de Etan Patz, em ou em torno de 25 de maio de 1979, no porão da West Broadway 448".

O desaparecimento do menino levou à criação, em 1984, da Lei de Assistência às Crianças Desaparecidas, levando à criação de uma importante ONG voltada para essa questão, e alterando a forma como a polícia e a opinião pública reagem a esses casos. Patz foi uma das primeiras crianças a ter seu rosto estampado em caixas de leite, pedindo à população que dê informações.

Na sexta-feira, Hernández foi transferido da sua cela para o hospital Bellevue, para que continue recebendo os medicamentos que usa, segundo um porta-voz policial, que não especificou quais são os medicamentos ou a doença do acusado.

Na quinta-feira, o comissário de polícia Raymond Kelly informou que Hernández havia feito uma confissão gravada em vídeo do crime. Ele teria matado o menino no porão da mercearia, e jogado o corpo fora num saco plástico.

Hernández hoje vive em Maple Shade, Nova Jersey, com a mulher e a filha.

Há um mês, o FBI e a polícia de Nova York escavaram o porão em outro prédio do bairro, sem encontrar pistas de Patz. Mas o fato levou a uma denúncia contra Hernández, que em 1981 havia revelado a familiares que "havia feito uma coisa ruim e matado uma criança em Nova York", segundo Kelly.

Mas a confissão foi recebida com ceticismo por gente como Lisa Cohen, autor de um livro, "After Etan", que detalhava o que aconteceu depois que os pais do menino permitiram que ele fosse sozinho pela primeira vez até o ponto do ônibus escolar. Ele nunca voltou.

"Houve centenas e centenas de pistas e movimentos falsos quando eles sabiam que o caso estava resolvido - e não estava", disse Cohen à CNN.

Patz disse aos pais que iria parar na mercearia para comprar um refrigerante, e Hernández agora contou, segundo a polícia, que atraiu o menino para o porão com a promessa de uma bebida grátis.

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