PUBLICIDADE

Estados Unidos

Texas condenou e executou homem inocente, diz universidade

15 mai 2012 - 12h27
(atualizado às 12h49)
Compartilhar

Um relatório da Universidade de Columbia afirma que o Estado americano do Texas executou um homem inocente. Carlos De Luna foi condenado à morte pelo assassinato de Wanda Lopez, 24 anos, ocorrido em fevereiro de 1983. Em 1989, ele recebeu a injeção letal. Após 23 anos, o professor de Direito James Liebman e uma equipe de alunos defendem que o verdadeiro assassino não foi punido.

Carlos De Luna foi executado em 1989 após ser condenado pelo assassinato de Wanda Lopez, esfaqueada em 1983
Carlos De Luna foi executado em 1989 após ser condenado pelo assassinato de Wanda Lopez, esfaqueada em 1983
Foto: AFP

Número de execuções subiu 28% em 2011, aponta relatório

Veja o mapa da pena de morte no mundo em 2011

Wanda Lopez trabalhava como frentista de posto de gasolina quando foi esfaqueada até a morte, em um crime que atraiu a atenção local. Carlos De Luna, que tinha 20 anos na época, sustentou que era inocente do momento em que os policiais o colocaram no banco de trás da viatura até o dia em que morreu.

O relatório que defende que De Luna era inocente foi publicado no jornal de direitos humanos da universidade, o Columbia Human Rights Law Review. Segundo o documento, o trabalho ruim da polícia, a falha dos promotores em perseguir outro suspeito e uma fraca defesa se combinaram para mandar De Luna para o corredor da morte.

Os policiais e promotores trataram o homicídio de Wanda Lopez como uma tentativa fracassada de roubo. Uma ligação para a emergência registrou a voz dela gritando e pedindo que o assassino tivesse piedade. De Luna foi encontrado escondido sob uma caminhonete a algumas quadras da cena do crime com US$ 149 no bolso.

Testemunhas oculares formaram a base do caso contra ele. Um cliente que enchia o tanque antes do crime disse à polícia que De Luna havia posto uma faca no bolso do lado de fora da loja. Outro consumidor que correu à porta da loja quando ouviu a frentista gritar identificou De Luna como o homem que ele viu fugir. Um casal disse ter visto um homem correndo a algumas quadras do local do crime e depois identificou De Luna em fotos que a polícia os mostrou.

Porém, as testemunhas oculares se contradiziam - as descrições sobre aparência e localização do suspeito sugerem que elas estavam descrevendo mais de uma pessoa. Fotos de uma pegada com sangue e pingos de sangue espalhados nas paredes sugerem que o assassino teria sangue nos sapatos e calças, mas as roupas de De Luna estavam limpas.

"Se um novo julgamento pudesse ser conduzido hoje, o júri absolveria De Luna", disse Richard Dieter, chefe executivo do Centro de Informações sobre Pena de Morte, que leu um rascunho do relatório da universidade. "Nós não temos um caso perfeito onde podemos concordar que temos uma pessoa inocente que foi executada, mas pelo peso dessa investigação, eu acho que podemos dizer que isso é o mais perto que alguém vai chegar", afirmou Dieter.

Promotores e policiais ignoraram indícios encontrados nos arquivos do caso de que Carlos Hernandez, um antigo amigo de Carlos De Luna que era conhecido por carregar consigo uma lâmina, pudesse ter matado Lopez. A defesa falhou em rastrear Hernandez, que é fisicamente parecido com De Luna. Durante o processo, a promotoria e o advogado de defesa não acreditaram muito nas alegações de De Luna de que Hernandez havia esfaqueado Lopez.

Tentando limpar o próprio nome, De Luna não ajudou a si mesmo. Por meses após ser preso, ele se recusou a revelar o nome do verdadeiro assassino porque tinha medo de Hernandez. A credibilidade de De Luna caiu quando outras partes do álibi que ele apresentou para a noite do crime foram contestadas pelos promotores.

Com informações do Huffington Post.

Fonte: Terra
Compartilhar
Publicidade