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Europa

UE tomará medidas contra a Argentina nos próximos dias

7 mai 2012 - 12h08
(atualizado às 12h11)
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A União Europeia (UE), "preocupada com uma tendência crescente de protecionismo na América Latina", tomará medidas "nos próximos dias" contra a Argentina após a decisão do país de expropriar 51% das ações da YPF, controlada pelo grupo espanhol Repsol, disse o comissário de Comércio da UE, Karel De Gucht, durante uma conferência em Bruxelas sobre as relações entre Europa e Brasil.

"Na semana passada vimos que a Bolívia também tomou uma medida semelhante ao nacionalizar" a Transportadora de Eletricidade (TDE), filial da Rede Elétrica da Espanha (REE), acrescentou.

Tudo isso gera problemas para "Argentina e Bolívia, que dificilmente atrairão investidores internacionais", disse. "E também gera problemas para a União Europeia, já que nossas empresas são diretamente afetadas", completou.

O anúncio do presidente Evo Morales de expropriar a filial de Rede Elétrica, responsável por 74% das linhas de transmissão de eletricidade da Bolívia, acontece apenas duas semanas depois da expropriação da YPF.

Contudo, o impacto da decisão da Bolívia foi menor, não só pelo tamanho da empresa expropriada, mas principalmente pelo compromisso de Morales em compensar os investimentos espanhóis.

De Gucht, por sua vez, destacou recentemente que a expropriação da YPF é "discriminatória" já que só afetou o capital majoritário (51%) controlado pela petroleira espanhola Repsol, mas não o que está em mãos argentinas.

A decisão do governo argentino provocou protestos e represálias comerciais da Espanha, apoiada pela UE, Estados Unidos e Banco Mundial.

A Espanha pediu a Bruxelas para que retirasse as vantagens tarifárias das quais dispõe a Argentina em suas exportações à UE.

De Gucht já havia dito em uma carta divulgada ao final de abril que a medida "envia um sinal muito negativo" e advertiu sobre "ações bilaterais e multilaterais".

O Congresso dos Deputados argentino aprovou na quinta-feira passada a expropriação, argumentando que aliviará o crescente déficit energético.

A expropriação das ações da YPF se soma a uma lista de decisões problemáticas, comentou De Gucht durante a coletiva. Nesse sentido, a UE expressou sua preocupação pela "tendência crescente na América Latina de protecionismo", citando em particular as restrições às importações por parte da Argentina.

"A preocupação diz respeito tanto às recentes nacionalizações de empresas quanto à política de restrições comerciais, que afasta os investimentos estrangeiros", advertiu.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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