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Europa

Adolf Hitler desenvolveu complexo de Messias perto da derrota

3 mai 2012 - 20h44
(atualizado às 21h31)
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O ditador Adolf Hitler desenvolveu o "complexo do Messias" e sua fobia aos judeus quando percebeu que a situação da Alemanha na Segunda Guerra Mundial piorava, segundo um documento elaborado pelo serviço secreto britânico. O relatório, divulgado nesta quinta-feira, foi redigido em abril de 1942 quando Hitler adotou a Solução Final, medida que intensificou o extermínio em massa dos judeus.

Os analistas do serviço secreto notaram um estado de paranoia nos discursos de Hitler e uma crescente preocupação em acabar com uma população que o político alemão via como a encarnação do diabo. O documento, escrito pelo acadêmico da Universidade de Cambridge Joseph MacCurdy, foi encontrado nos arquivos dos familiares de Mark Abrams, um cientista social que trabalhou para a seção de análise de propaganda da BBC.

Poucas semanas depois da redação do relatório, o Terceiro Reich elaborou seu plano para aplicar a Solução Final. MacCurdy afirmava que Hitler demonstrava em seus discursos sinais de "paranoia", "histeria" e "epilepsia", causada por uma situação na qual ele "contemplava a possibilidade de uma derrota total". O mais preocupante, segundo o acadêmico, era a crescente paranoia de Hitler, especialmente seu complexo messiânico, pois ele achava que liderava o povo eleito contra o diabo encarnado, os judeus. "Hitler está envolvido em uma teia de delírios religiosos. Os judeus são a encarnação do diabo, enquanto ele é a encarnação do espírito do bem", afirmou em seu estudo.

O documento foi divulgado após o professor Scott Anthony, que trabalha no departamento de história da Universidade de Cambridge, entrar em contato com os familiares de Abrams. A Solução Final era o plano da Alemanha nazista para exterminar a população judaica europeia. Anthony disse que no momento em que o documento foi redigido, o conflito piorava para a Alemanha e Hitler se concentrava cada vez mais no que estava ocorrendo dentro das fronteiras de seu país.

"Este documento mostra que os serviços secretos britânicos sentiram que isto estava se passando". Para Anthony, o autor do documento observou que diante do fracasso exterior, "o líder nazista se concentrou no que via como o inimigo interno, ou seja, os judeus".

EFE   
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