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Mundo

Timoshenko mostra lesões sofridas em prisão ucraniana

27 abr 2012 - 12h43
(atualizado às 13h21)
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A imprensa ucraniana publicou nesta sexta-feira fotografias nas quais é possível ver os hematomas no corpo da líder opositora, Yulia Timoshenko, supostamente causado por agentes penitenciários onde cumpre pena de sete anos de prisão pela condenação por abuso de poder.

A ex-primeira-ministra ucraniana Yulia Tymoshenko mostra uma contusão que ela diz ter sofrido na colônia penitenciária Kachanivska
A ex-primeira-ministra ucraniana Yulia Tymoshenko mostra uma contusão que ela diz ter sofrido na colônia penitenciária Kachanivska
Foto: AFP

Em duas dessas imagens, feitas na quarta-feira, a ex-primeira-ministra apresenta hematomas e arranhões na altura do estômago, onde garante que recebeu um "forte soco" dos funcionários que a transferiram à força para uma clínica médica.

Outras imagens exibem lesões em um dos braços e no cotovelo, que supostamente aconteceram na última sexta-feira quando três homens a tiraram da prisão da cidade oriental de Kharkov para levá-la a um hospital para receber tratamento para hérnia de disco que sofre.

A defensora do povo ucraniano, Nina Karpachova, distribuiu as imagens entre os embaixadores da União Europeia (UE), e criticou o tratamento dado pelo governo local à carismática opositora. Os especialistas em medicina legal afirmam que Timoshenko não pode ter sofrido as lesões há uma semana e que as fotos não podem ser utilizadas como prova judicial.

O presidente da Ucrânia, Viktor Yanukovych, disse ontem que ordenou à Procuradoria-Geral investigar os supostos maus-tratos a Timoshenko. Com tudo, a Procuradoria de Kharkov declarou nesta mesma que não existem provas de que a ex-primeira-ministra tenha sido agredida.

Força da lei
"A pessoa se vestiu, se deitou na cama e disse: 'Não vou a lugar algum'. Pelo Código Penal, os membros do serviço penitenciário têm direito de usar da força: eles a pegaram pelos braços, a colocaram no carro e a conduziram ao hospital", detalhou Victor Pshonka, procurador de Kharkov.

Karpachova, quem visitou nesta semana Timoshenko acompanhada de especialistas, exigiu das autoridades que comecem processo penal por esse incidente e que demitam os responsáveis. Um dia depois da UE exigir de Kiev uma investigação sobre as supostas torturas, a Alemanha solicitou nesta sexta à Ucrânia que atue com urgência diante do delicado estado de saúde de Timoshenko.

Nesta quinta-feira, o presidente da Alemanha, Joachim Gauck, decidiu suspender uma visita a Yalta (península ucraniana da Criméia) pelo tratamento que recebe na prisão Timoshenko, decisão que foi tomada de acordo com a chanceler federal, Angela Merkel. Em protesto por esses fatos e a perseguição da oposição por parte do presidente ucraniano, Viktor Yanukovych, a ex-primeira-ministra se declarou em greve de fome.

Devido aos problemas de coluna, a opositora não pôde assistir na semana passada ao começo do segundo julgamento contra si por desvio de recursos e evasão de impostos. Conforme as autoridades, Timoshenko poderia ser condenada a até 12 anos de prisão em caso de ser declarada culpada pelo desvio e evasão fiscal.

EFE   
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