PUBLICIDADE

África

Greve por golpe de Estado paralisa Guiné-Bissau

16 abr 2012 - 18h15
(atualizado às 18h57)
Compartilhar

A Administração pública de Guiné-Bissau ficou paralisada nesta segunda-feira por uma greve geral convocada pelos sindicatos que protestam contra o golpe de Estado de 12 de abril por uma junta militar. Segundo informações, a greve foi convocada pelo Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Guiné-Bissau (SNTGB) e a Confederação Nacional dos Trabalhadores (CNT) através de um comunicado conjunto, apoiado pelos trabalhadores da administração pública.

Os sindicatos pediram para os simpatizantes ficarem em casa, e aos hospitais, aeroportos e portos, para manterem um mínimo de serviços até que sejam restabelecidas as instituições democráticas do país. O apelo dos sindicatos afetou também, embora em menor medida, as empresas privadas, já que alguns empregados decidiram aderir à greve. O SNTGN e o CNT disseram no comunicado que o golpe de Estado é uma ameaça ao funcionamento da administração.

Diante do cenário, a Força Naval portuguesa anunciou o envio de tropas à costa de Guiné-Bissau, despertando temor na população da capital. Com isso, centenas de pessoas decidiram abandonar Bissau com destino à província como forma de fugir de possíveis confrontos armados. "Vou embora para evitar a situação que já vivemos em 1998", disse à Agência Efe Fatoumata Cissé, que viajava para Dissorang, a 80 quilômetros ao norte de Bissau, onde pretende permanecer até novo aviso. A jovem estudante lembrou a intervenção de soldados senegaleses após um golpe de estado contra o então presidente, João Bernardo Vieira.

Enquanto isso, uma missão da Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental (Cedeao) é esperada em Bissau para buscar uma saída à crise. O golpe de Estado ocorrido no último dia 12 aconteceu enquanto o país - um dos mais pobres do mundo - se prepara para o segundo turno da eleição presidencial, marcado para 29 de abril. Os responsáveis pelo levante asseguraram que atuam contra um suposto "acordo secreto" entre Guiné-Bissau e Angola para ajudar na reforma do Exército guineano. O golpe de Estado foi condenado por Estados Unidos, União Africana, Cedeao, Portugal e Conselho de Segurança da ONU, entre outros.

EFE   
Compartilhar
Publicidade