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Estados Unidos

Clinton conta como Casa Branca acompanhou morte de Bin Laden

11 abr 2012 - 18h59
(atualizado às 19h24)
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A secretária de Estado americana, Hillary Clinton, revelou alguns detalhes de como a Casa Branca acompanhou, ao vivo, em maio de 2011, a operação que acabou com a vida do líder da Al Qaeda, Osama bin Laden.

"Não acho que ninguém pudesse respirar durante os 35 ou 37 minutos", que durou a ação, disse Hillary na segunda-feira perante os cadetes da Academia Naval de Annapolis (Maryland), segundo informou nesta quarta-feira a imprensa americana.

A fotografia dessa noite na qual se vê o presidente Barack Obama rodeado de seus colaboradores mais próximos olhando com extrema atenção para uma tela deu a volta ao mundo.

Nessa imagem, Hillary tem a mão posta sobre a boca com expressão de assombro e, segundo reconheceu ao auditório, a tensão era extrema porque a operação poderia ter fracassado.

Um dos cadetes presentes tinha pedido à secretária de Estado uma reflexão sobre a morte de Bin Laden e sobre como foi a operação dos Navy Seals, um exclusivo corpo de elite da Marinha americana treinado para realizar missões especiais.

Em uma confissão muito pouco habitual, Hillary Clinton explicou que a sala de crise conhecida como "Situation Room", localizada em um porão da Casa Branca, inclui várias salas de reuniões dotadas com telas de televisão e equipamentos que permitem manter videoconferências seguras com qualquer parte do mundo, em qualquer momento.

O presidente e seus colaboradores de mais alto nível se encontravam em uma das menores salas, "uma espécie de área secreta nos porões", e quando começou a operação, seguiram "em tempo real o que estava acontecendo".

Um dos piores momentos, segundo Hillary, foi quando um dos dois helicópteros de transporte dos soldados ficou preso entre o pátio e o muro que rodeava o complexo no qual Bin Laden se escondia, na cidade de Abbottabad, no norte do Paquistão.

A secretária de Estado garantiu que havia um plano para seguir adiante com a operação, mas mesmo assim reconheceu que houve "preocupação".

Em questão de minutos, os Navy Seals tiveram que tirar as mulheres e as crianças que moravam na casa para que ninguém saísse ferido e queimar o helicóptero acidentado.

Uma vez morto, os Seals também tiraram da casa o corpo de Bin Laden, que posteriormente foi transportado ao porta-aviões Carl Vinson, no mar de Arábia, onde foi preparado segundo os ritos e jogado ao mar, para evitar que seu túmulo se transformasse em centro de peregrinação.

Hillary também lembrou com satisfação como, após terminada a missão, a multidão se amontoou nas portas da Casa Branca, uma vez que a morte de Bin Laden foi divulgada.

"Saíamos caminhando pela colunata (da Casa Branca) e escutamos um rugir, não sabíamos de onde vinha, ninguém tinha dormido durante horas e nos encontramos com todos esses estudantes gritando (...) que espontaneamente vieram às portas da Casa Branca", descreveu.

"Muitos deles, assim como vocês, eram crianças quando fomos atacados" destacou a secretária, confessando que naquele momento lembrou-se dos parentes das pessoas que morreram nos atentados de 11 de setembro de 2001.

EFE   
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