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África

ONU: políticas da América Latina podem reduzir fome na África

5 abr 2012 - 12h28
(atualizado às 13h08)
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Uma série de políticas sobre alimentação e segurança alimentar adotadas na América Latina podem servir para reduzir a fome na África, declarou nesta quinta-feira o relator especial da ONU especializado em Direito à Alimentação, Olivier de Schutter.

Em entrevista coletiva realizada em Nairóbi, capital da Quênia, De Schutter, afirmou que, desde 2005, vários países latino-americanos, como Guatemala e Brasil, adotaram políticas que "aumentam a participação de associações civis e organizações de pequenos produtores na elaboração de políticas agrárias e alimentícias".

O relator informou que tais medidas capacitam tribunais e associações nacionais de direitos humanos a acompanharem as ações dos Governos e o cumprimento dos objetivos.

Este modelo, segundo o enviado da ONU, "deve ser reproduzido, pouco a pouco, no continente africano", embora de forma muito tímida pela "falta de prestação de contas dos governos e da falta de rigor dos parlamentos no acompanhamento das ações governamentais".

No entanto, para De Schutter, já há uma maior consciência dos países da região nordeste do continente, conhecida como "Chifre da África", em implementar mudanças nesse sentido pelos efeitos da mudança climática. "A região está entendendo que os países não podem continuar se baseando em esquemas agrícolas tradicionais".

Os cultivos indicados pelo relator para a região são os modelos mais resistentes a condições meteorológicas extremas, como a mandioca, produto muito popular na América Latina.

Há algumas semanas, a situação alimentícia no Chifre da África se complicou - várias regiões da Somália, segundo a ONU, estão em situação de crise. Apesar de indicar que houve melhoras, o relator destacou que "ainda existem nove milhões de pessoas que necessitam de ajuda alimentícia".

EFE   
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