PUBLICIDADE

Oriente Médio

Síria rejeitará qualquer iniciativa de cúpula da Liga Árabe

28 mar 2012 - 12h28
Compartilhar

O governo sírio afirmou nesta quarta-feira que rejeitará quaisquer iniciativas vindas da cúpula da Liga Árabe relacionada à Síria, que enfrenta um ano de revolta contra o regime do presidente Bashar al-Assad, de acordo com o canal da TV libanesa al-Manar.

Socorristas trabalham em prédio do correio destruído após explosão terrorista no bairro de Suleimaniyeh, em Aleppo. Um atentado com carro-bomba sacudiu a segunda maior cidade da Síria, deixando mortos e feridos. No sábado, dois ataques com carro-bomba, também atribuídos a terroristas pelas autoridades sírias, mataram 27 pessoas e feriram 140 em Damasco
Socorristas trabalham em prédio do correio destruído após explosão terrorista no bairro de Suleimaniyeh, em Aleppo. Um atentado com carro-bomba sacudiu a segunda maior cidade da Síria, deixando mortos e feridos. No sábado, dois ataques com carro-bomba, também atribuídos a terroristas pelas autoridades sírias, mataram 27 pessoas e feriram 140 em Damasco
Foto: AFP

Luta por liberdade revoluciona norte africano e península arábica

"A Síria não lidará com quaisquer iniciativas oferecidas pela Liga Árabe sobre a situação da Síria que sejam resultado da cúpula em Bagdá", disse a autoridade síria, de acordo com a al-Manar, um canal que pertence ao grupo político e militante Hezbollah, aliado do governo sírio.

Damasco de Assad desafia oposição, Primavera e Ocidente

Após derrubar os governos de Tunísia e Egito e de sobreviver a uma guerra na Líbia, a Primavera Árabe vive na Síria um de seus episódios mais complexos. Foi em meados do primeiro semestre de 2011 que sírios começaram a sair às ruas para pedir reformas políticas e mesmo a renúncia do presidente Bashar al-Assad, mas, aos poucos, os protestos começaram a ser desafiados por uma repressão crescente que coloca em xeque tanto o governo de Damasco como a própria situação da oposição da Síria.

A partir junho de 2011, a situação síria, mais sinuosa e fechada que as de Tunísia e Egito, começou a ficar exposta. Crise de refugiados na Turquia e ataques às embaixadas dos EUA e França em Damasco expandiram a repercussão e o tom das críticas do Ocidente. Em agosto a situação mudou de perspectiva e, após a Turquia tomar posição, os vizinhos romperam o silêncio. A Liga Árabe, principal representação das nações árabes, manifestou-se sobre a crise e posteriormente decidiu pela suspensão da Síria do grupo, aumentando ainda mais a pressão ocidental, ancorada pela ONU.

Mas Damasco resiste. Observadores árabes foram enviados ao país para investigar o massacre de opositores, sem surtir grandes efeitos. No início de fevereiro de 2012, quando completavam-se 30 anos do massacre de Hama, as forças de Assad iniciaram uma investida contra Homs, reduto da oposição. Pouco depois, a ONU preparou um plano que negociava a saída pacífica de Assad, mas Rússia e China vetaram a resolução, frustrando qualquer chance de intervenção, que já era complicada. De acordo com cálculos de grupos opositores e das Nações Unidas, pelo menos 9 mil pessoas já morreram desde o início da crise Síria.

Reuters Reuters - Esta publicação inclusive informação e dados são de propriedade intelectual de Reuters. Fica expresamente proibido seu uso ou de seu nome sem a prévia autorização de Reuters. Todos os direitos reservados.
Compartilhar
Publicidade