Papa é recebido calorosamente por multidão em Santiago de Cuba
27 mar2012 - 00h39
(atualizado às 01h10)
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Dezenas de milhares de cubanos deram nesta segunda-feira as boas-vindas ao papa Bento XVI em Santiago de Cuba, onde lotaram a principal praça da cidade para assistir a sua primeira missa na ilha.
A presença dos jovens foi marcante no grande ato celebrado na Praça Antonio Maceo, em Santiago, que reuniu cristãos e não cristãos da ilha, junto a peregrinos de diversas nacionalidades.
As bandeiras de países como Brasil, Venezuela, Panamá e Canadá tremulavam na esplanada com capacidade para cerca de 150 mil pessoas, mas a maioria dos presentes levava bandeiras de Cuba e do Vaticano.
"És bem-vindo a esta terra bela, onde está 'Cachita', a mais linda estrela", cantaram ao papa os presentes, ressaltando a presença de Nossa Senhora da Caridade na praça e em Santiago, onde se encontra seu santuário nacional.
Nossa Senhora da Caridade, conhecida popularmente por "Cachita", é a padroeira de Cuba e um símbolo de identidade e fé para os cubanos de dentro e fora da ilha. Sua imagem foi levada à praça em procissão pouco antes do início da cerimônia religiosa e colocada no altar maior. Ao finalizar a missa, o pontífice entregou uma rosa à Virgem.
Em honra a Nossa Senhora da Caridade, muitas mulheres assistiram à missa vestidas de amarelo, a cor com a qual é identificada dentro do sincretismo religioso cubano. Além disso, os peregrinos na praça cantaram e dançaram a canção mais popular dedicada à padroeira de Cuba.
O atraso no horário previsto para o início da homilia despertou a impaciência de muitos presentes, que depois responderam com grande entusiasmo à chegada de Bento XVI à praça.
"O papa deu sua maior prova de confiança a nosso povo", disse à agência EFE um cubano presente na esplanada, após o passeio que o pontífice realizou pela praça com os vidros laterais do papamóvel descobertos.
Antes do início da missa ocorreu um incidente no qual um homem de entre 30 e 40 anos idade burlou o cerco de segurança e passou a correr alguns metros em direção ao altar gritando pronunciamentos como "abaixo o comunismo". O manifestante foi imediatamente detido pelas autoridades com puxões e empurrões e retirado por uma lateral da praça.
A celebração religiosa começou quase ao anoitecer e terminou sob uma chuva que encerrou a calorosa jornada que viveram nesta segunda-feira as pessoas que não só assistiram à missa, mas esperaram horas sob o sol do meio-dia para ver passar o papamóvel em seu percurso por Santiago.
O veículo percorreu cerca de 5,5 km do aeroporto ao Arcebispado pelas avenidas e estreitas ruas da cidade, adornadas com cartazes que em sua maioria rezavam mensagens como "bem-vindo a Cuba, peregrino da Caridade".
Assim como ocorreu na missa, a multidão cumprimentou com entusiasmo e alegria o papa em sua passagem pelo centro da cidade, mas não foram ouvidas palavras de ordem nem havia cartazes de iniciativa individual.
Em Santiago, as autoridades locais lançaram a convocação para uma "mobilização em massa e ordenada" para receber o papa e advertiram que não seriam permitidas "palavras de ordem de cunho político, nem cartazes, a fim de evitar "qualquer ato de provocação ou tentativa de fazê-lo".
Por outra parte, o governo de Raúl Castro estabeleceu ponto facultativo na província para facilitar a participação dos cubanos na cerimônia de boas-vindas e na missa.
Segundo disseram à EFE vários moradores de Santiago, houve convocações em centros de trabalho, escolas e Comitês de Defesa da Revolução. "É um chefe de Estado e é preciso recebê-lo respeitosamente e para cumprir com nosso dever", afirmou Maritza, uma professora de 50 anos que não é católica.
Luisa Limonta, que tem 62 anos e também vive na cidade, enfatizou que "qualquer país que conheça as normas de conduta está obrigado a ser amável perante uma visita como esta".
"Por isso estamos aqui crentes e não crentes", apontou Luisa, após elogiar a postura de Bento XVI contra o bloqueio econômico e comercial que os Estados Unidos aplicam à ilha desde 1962.
Santiago de Cuba recebeu também milhares de peregrinos religiosos que chegaram de todas as províncias do país e também grupos de estrangeiros, com destaque para uma comitiva da Arquidiocese de Miami.
O Papa Bento XVI vestiu um sombreiro tipicamente mexicano durante a visita ao país
Foto: AP
Bento XVI é visto pela janela do helicóptero que o levou até o aeroporto
Foto: AP
Bento XVI acena ao embarcar no avião para uma viagem de seis dias ao México e à Cuba, no aeroporto internacional Fiumicino, em Roma. O principal objetivo do Papa ao cruzar o Atlântico é tentar reverter a perda de fiéis no México. Na última década, o percentual de católicos no país caiu de 88% da população, em 2000, para 83,9% no último censo
Foto: AP
Bento XVI é acompanhado pelo cardeal Tarcisio Bertone e pelo premiê italiano Mario Monti pouco antes de entrar no avião
Foto: AP
Bento XVI saúda público, com a primeira-dama mexicana, Margarita Zavala, ao lado, em estrutura montada no aeroporto de Guanajuato
Foto: AFP
Papa Bento XVI acena na sua chegada ao México; depois, sua segunda e última parada no tour latino é Cuba
Foto: AFP
Papa fala para mais de 600 mil fiéis que o receberam no estado de Guanajuato, no centro do México
Foto: AP
Foto: Terra
Praça da Revolução, em Santiago, Cuba, é preparada para receber o Papa, que inicia visita ao país na segunda-feira
Foto: AFP
Papa Bento XVI celebra missa privada na capela do Colégio Miraflores, na cidade de León
Foto: Osservatore Romano / AFP
Bento XVI esteve em León, no México, neste sábado
Foto: Osservatore Romano / AFP
A celebração foi assistida por um grupo restrito de monges, cardeais, bispos e sacerdotes
Foto: Osservatore Romano / AFP
Religiosos vindos da Espanha, Portugal, Venezuela, Peru e Cabo Verde também acompanharam a missa
Foto: Osservatore Romano / AFP
Ao lado de arcebispo, Bento XVI observa aves no Colégio Miraflores, em León
Foto: Osservatore Romano / AFP
Papa Bento XVI reza em frente à imagem da Virgem de Guadalupe na capela do Colégio Miraflores, na cidade de León, em Guanajuato
Foto: Osservatore Romano / AFP
Pessoas observam imagens à venda do Papa Bento XVI em praço de León, no México
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Mulher e criança caminham ao lado de retrato do Papa em El Cobre, a 935 km de Havana; Bento XVI chega na segunda-feira em Cuba
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Em comitiva, Bento XVI deixa León em direção a Guanajuato, onde deve se reunir com o presidente Felipe Calderón
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O Papa Bento XVI discursou para milhares de crianças na sede do governo de Guanajuato
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24 de Março
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Bento XVI chegou neste domingo à cidade mexicana de Silao
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Multidão saudou Bento XVI em Silao; o Papa chegou à cidade de helicóptero e utilizou o papamóvel
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Mexicana sorri durante passagem do papamóvel
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Milhares de pessoas passaram a noite em um acampamento instalado no parque na cidade para a cerimônia
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Missa campal reuniu mais de 300 mil fiéis no parque Bicentenário da cidade de Silao
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Durante a celebração, Bento XVI pediu à América Latina para que confiasse em "Cristo Rei" para buscar "paz e acordo"
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O Papa comparou a situação que vive a América Latina com as vicissitudes do povo hebreu relatada no Antigo Testamento
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Segundo Bento XVI, a Igreja da América Latina e do Caribe têm a necessidade de "confirmar, renovar e revitalizar" para superar o que chamou de "cansaço da fé"
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Após afirmar que o México e o continente vivem "momentos de dor e de esperança", Bento criticou o poder dos exércitos que submetem os demais pela força ou pela violência
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Bento XVI se prepara para iniciar missa na Praça Antonio Maceo de Santiago de Cuba
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O Papa é cumprimentado pelo presidente cubano, Raúl Castro, na chegada para missa em Santiago de Cuba
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Milhares de pessoas se aglomeram para acompanhar a missa do papa Bento XVI em Santiago de Cuba
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Papa Bento XVI é recebido pelo presidente cubano, Raúl Castro, no famoso Palácio da Revolução em Havana
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O Papa e o presidente cubano falam à multidão em Havana
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Raúl Castro recebe o papa Bento XVI para uma reunião a portas fechadas
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O Papa dá a Raúl Castro uma réplica do livro "Geografia", do astrônomo e geógrafo grego Ptolomeu
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O presidente cubano presenteia Bento XVI com uma escultura da Virgem da Caridade do Cobre
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O Papa anda de papamóvel antes de uma missa em Havana
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O papa Bento XVI acena para fiéis do papamóvel, em Havana, antes de celebrar uma missa na capital cubana
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O presidente cubano, Raúl Castro, cumprimenta autoridades antes da missa
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Equipe de seguranças acompanha o papamóvel levando Bento XVI
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Multidão vai à praça da Revolução, em Havana, para ver o papa Bento XVI rezar uma missa, a segunda de sua visita de dois dias a Cuba. O Pontífice foi recebido sob um sol radiante por milhares de pessoas. Em 1998, nesse mesmo lugar, na presença de Fidel Castro, João Paulo II - o primeiro Papa a visitar a ilha - celebrou uma histórica missa em que pediu que "Cuba se abra para o mundo para que o mundo se abra para Cuba"
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Bento XVI chega no papamóvel para celebrar a missa na Praça da Revolução
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O Papa celebra a missa para uma multidão de fiéis na capital cubana
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Milhares de pessoas tomam a praça da Revolução à espera do papa Bento XVI
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Papa celebra missa ao ar livre na praça da Revolução para milhares de fiéis. O ato encerra sua visita a Cuba. Bento XVI também passou pelo México em sua viagem pela América Latina
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Fidel Castro recebe o Papa Bento XVI, em Havana: encontro histórico
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Fidel Castro recebe o papa Bento XVI na capital cubana
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O encontro ocorre 14 anos após a reunião de Fidel com o papa João Paulo II
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O encontro começou após a missa oficiada pelo pontífice na praça da Revolução
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O ex-presidente de Cuba conversa com Bento XVI durante o encontro
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O papa Bento XVI se reúne com o ex-presidente cubano Fidel Castro em Havana, após rezar uma missa na praça da Revolução