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Ásia

Seul se blinda para garantir a segurança na Cúpula Nuclear

24 mar 2012 - 07h27
(atualizado às 08h02)
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A Coreia do Sul se prepara para receber a partir deste domingo os líderes que participarão na segunda e na terça-feira da 2ª Cúpula de Segurança Nuclear de Seul, com um esquema de segurança sem precedentes que mobilizará 40 mil agentes em todo o país.

O amarelo fluorescente dos coletes que distinguem os policiais desdobrados para a ocasião é uma paisagem habitual nos últimos dias nas estações de metrô e nas grandes avenidas da capital sul-coreana, e onipresente em torno da sede do evento, que reunirá líderes de 57 países e organizações internacionais.

O Centro de Convenções COEX, integrado em um monumental complexo comercial e de lazer no rico distrito de Gangnam, ao sudeste da capital, abrigará dentro de dois dias o maior evento diplomático internacional jamais realizado na Coreia do Sul.

No perímetro demarcado pelas autoridades em torno do COEX está proibido o acesso a pessoal não autorizado para evitar atos terroristas ou manifestações, declaradas ilegais nas proximidades da sede.

Três barreiras de segurança protegidas por centenas de agentes serão os filtros de entrada, enquanto cercas nas calçadas desanimarão possíveis ativistas antinucleares a quem o governo sul-coreano, esforçando-se para apresentar uma imagem impoluta do país, considera "personas non gratas".

"Sinto um grande peso sobre meus ombros ao preparar-me para um grande evento que chama a atenção do mundo para a Coreia", declarava à imprensa um dos policiais que vasculham até o mais escondido cantinho de Gangnam na busca de qualquer suspeita de insegurança.

O agente, que assegurou estar orgulhoso de sua incumbência apesar de dormir menos de quatro horas diárias, complementa seus trabalhos na delegacia do distrito com as do escritório provisório que o comitê organizador estabeleceu na área no início do mês, e que opera mais de 200 câmeras de vigilância.

O Exército da Coreia do Sul fornece helicópteros de vigilância e franco-atiradores que, postados nas alturas, não tirarão o olho dos alvos de seus rifles de longo alcance, preparados para eliminar possíveis ameaças terroristas.

Fora do perímetro, um navio de patrulha com vigilância submarina cuidará da segurança ao longo do rio Han, que divide Seul em duas, e mísseis terra-ar em pontos estratégicos da capital terão como objetivo prevenir um ataque similar ao de 11 de setembro de 2001 em Nova York.

Os 40 mil soldados desdobrados em todo o país quadruplicam as aproximadamente dez mil pessoas que são esperadas na Cúpula de Segurança Nuclear, inclusive os funcionários que acompanham às autoridades políticas e membros da imprensa.

No aeroporto internacional de Incheon, aonde chegarão amanhã a maioria das altas personalidades internacionais, a segurança se elevou ao máximo e os agentes comparam os dados dos passageiros com os perfis de quatro mil suspeitos de terrorismo fornecidos por agências de inteligência de todo o mundo.

A blindagem da Coreia do Sul leva em conta a potencial ameaça de algum tipo de provocação militar por parte da Coreia do Norte, que na semana passada anunciou que qualquer alusão ao seu programa nuclear na Cúpula será considerada "uma declaração de guerra".

Antes, Pyongyang havia anunciado seus planos de lançar em abril um satélite de observação, algo que Estados Unidos, Coreia do Sul e Japão consideram um teste encoberto de um míssil balístico.

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, um dos primeiros a chegar hoje a Seul, concordou com o presidente da Coreia do Sul, Lee Myung-bak, que o lançamento do Norte seria uma "grave provocação".

A 2ª Cúpula de Segurança Nuclear reunirá os chefes de Estado e de Governo, representantes e líderes de 57 países e organizações internacionais, entre eles os presidentes de EUA e China, Barack Obama e Hu Jintao, com o objetivo de garantir a segurança nuclear no mundo perante ameaças como ataques terroristas e desastres naturais.

EFE   
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