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Mundo

Militares amotinados tentam controlar a capital de Mali

21 mar 2012 - 13h33
(atualizado às 15h28)
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Dezenas de militares de um quartel situado a 15 km de Bamaco tomaram a sede da televisão de Mali e as principais ruas da cidade após se negarem a combater os independentistas tuaregues que pegaram em armas no norte do país. Os militares, que atiraram várias vezes para o ar, pediram à população que retorne às suas casas e garantiram que não têm nenhum problema com os civis.

A televisão estatal e a rádio encerraram suas transmissões após a invasão dos uniformizados, que expulsaram a maioria dos funcionários e espalharam peças de artilharia pelas instalações. Três horas depois da invasão, os militares amotinados na capital cessaram os disparos e apenas circulavam em carros pelas ruas, como constatou a EFE. Até o momento não houve nenhuma reação oficial pública nem por parte das autoridades nem por parte dos amotinados, enquanto as outras unidades permanecem aquarteladas e não foram registrados confrontos.

Aparentemente, tudo começou nesta manhã no quartel de Kati, a 15 km da capital, depois que o ministro da Defesa de Mali, Sadio Gassama, discursou sobre a situação no norte do país, informaram à Efe fontes de segurança. Os militares, quase todos jovens, se amotinaram, invadiram o arsenal, tomaram as armas e começaram a disparar para o alto, ainda na presença do ministro, que se viu forçado a abandonar o quartel, enquanto os amotinados marchavam rumo a Bamaco. "Os parentes dos militares se negam a ver seus parentes serem enviados à frente de batalha", disse à EFE um oficial do Exército.

Estes fatos, que não são os primeiros que acontecem como consequência da rejeição dos militares, ocorrem em um momento muito difícil para o governo de Mali, devido ao conflito armado na metade norte do país. O grupo independentista tuaregue Movimento Nacional de Libertação de Azawad (MNLA) protagonizou no último dia 17 de janeiro uma rebelião armada para exigir a autodeterminação do norte do país. Desde então, dezenas de pessoas morreram, embora não existam números oficiais, e quase 200 mil se viram obrigadas a abandonar seus lares buscando refúgio em outras partes do país ou nos estados vizinhos.

Mali, que deve realizar eleições presidenciais no próximo mês de abril, sofre ainda uma grave crise alimentícia que ameaça grande parte da população.

EFE   
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