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Mundo

Mauritânia prometeu extraditar Senussi, diz Líbia

20 mar 2012 - 12h43
(atualizado às 13h00)
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O vice-primeiro-ministro da Líbia, Mustafa Abushugur, afirmou nesta terça-feira em Nouakchott que o presidente mauritano prometeu extraditar a Trípoli Abdullah al Senussi, ex-chefe da Inteligência militar do regime de Muammar Kadafi.

Em declarações à imprensa depois de se reunir com o chefe de Estado da Mauritânia, Mohammed Abdel Aziz, Abushugur indicou que o braço direito de Kadafi tem que ser extraditado porque "é um cidadão líbio que deve ser submetido a um julgamento justo em seu país".

Senussi, de 62 anos, viajou para Nouakchott com um passaporte falsificado na última sexta-feira vindo de Casablanca, em um voo da Royal Air Maroc, mas até agora nenhuma fonte oficial marroquina explicou sua presença nesse país.

Abushugur, que chegou na segunda-feira à capital mauritana para pedir a extradição de Senussi, disse apreciar "em sua justa medida a posição do presidente da República, que se comprometeu de forma positiva com esse assunto (da extradição à Líbia)".

A Mauritânia foi um dos últimos países a reconhecer o novo regime líbio, já que o presidente mauritano é um dos líderes que mantinham melhores relações com o regime do deposto Kadafi.

Hoje, na Mauritânia, dez organizações culturais e jovens ativistas que militam contra a influência dos países ocidentais nesse país e pequenos partidos políticos nacionalistas se opuseram à extradição de Senussi.

A França também reivindicou a extradição do braço direito de Kadafi, pois o considera envolvido no atentado terrorista de 19 de setembro de 1989 contra um avião da UTA e que causou a morte de 170 pessoas, 54 delas francesas.

Já o Tribunal Penal Internacional (TPI) exige sua extradição a Haia para julgá-lo por "crimes contra a Humanidade" cometidos na Líbia a partir de fevereiro de 2011, quando explodiram as revoltas populares nesse país, que acabaram com a queda de Kadafi.

No entanto, a Mauritânia não é signatária do Estatuto de Roma, que rege o funcionamento do TPI, e por isso não é obrigada a responder diretamente a uma ordem de detenção de qualquer suspeito.

EFE   
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