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Mundo

Autoridades temem ação de serial killer em ataques na França

19 mar 2012 - 14h20
(atualizado às 15h07)
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A justiça antiterrorismo da França relacionou o tiroteio contra uma escola judaica nesta segunda-feira com os dois ataques que mataram soldados na mesma região na semana passada, intensificando o temor de que um serial killer possa estar por trás dos crimes.

Estudantes se reúnem na entrada da escola Ozar Hatorah após o ataque do atirador
Estudantes se reúnem na entrada da escola Ozar Hatorah após o ataque do atirador
Foto: AP

Oficiais de justiça notaram semelhanças entre o assassinato a tiros de quatro pessoas em uma escola de Toulouse, o ataque que matou um soldado, na mesma cidade do sudeste da França em 11 de março, e outro tiroteio quatro dias depois. Naquele ataque, três soldados foram atingidos, dois fatalmente, na cidade de Montauban, a apenas 46 quilômetros dali. Todas as três investidas foram realizadas pelo condutor de uma potente scooter, portando um arma de calibre 11,43, que testemunhas descreveram que atirava calmamente contra suas vítimas à queima-roupa.

Em Montauban, testemunhas destacaram como o assassino teve tempo para virar um dos homens feridos, que estava se arrastando para tentar escapar, e disparar mais três tiros contra ele antes de voltar para sua moto e fugir. A primeira vítima, um oficial de 30 anos, estava à paisana quando foi atacado em uma rua de Toulouse há oito dias. No tiroteio de segunda-feira, o atirador abriu fogo na frente de um colégio com uma arma de calibre 9mm, que falhou. Ele então pegou uma segunda arma, uma pistola de mesmo calibre das usadas nos ataques anteriores, e perseguiu crianças pela escola para continuar com seu ataque.

Todas as vítimas integravam minorias étnicas: as crianças eram de uma escola judaica, e os três soldados tinham origem norte-africana. O soldado sobrevivente, que ainda está em coma, era de origem caribenha.

O presidente Nicolas Sarkozy pediu precaução na relação entre os ataques, mas admitiu que há similaridades. "Não sabemos quem é esse assassino, qual é a relação exata com o drama que afetou a comunidade militar, com os dois jovens soldados mortos em Montauban e Toulouse", declarou. "Existem muitas perguntas sobre a semelhança do modus operandi do drama de hoje e os de semana passada, mesmo que tenhamos que esperar por elementos mais precisos da polícia forense para confirmar essa hipótese", disse Sarkozy.

A segurança foi intensificada na base do exército na semana passada, com tropas paradas nas áreas de fora do quartel proibidas de usar uniforme e a segurança foi reforçada em escolas judaicas e outros edifícios religiosos em toda a França. O líder da organização antirracismo SOS Racisme, Dominique Sopo, afirmou que estava "horrorizado" com o ataque contra a escola. "Como não pensar nas semelhanças entre essas mortes e o assassinato dos soldados no sudeste na semana passada?", disse Sopo em um comunicado.

A candidata da extrema-direita à presidência, Marine Le Pen, foi, no entanto, a única líder francesa a mencionar um serial killer. "Estamos esperando, o país inteiro aguarda impacientemente para que esse serial killer seja encontrado para que todos nós possamos respirar novamente", anunciou na emissora de televisão I-Tele.

O promotor francês François Molins disse que os magistrados iriam abrir e unir as três investigações sobre os três tiroteios. "Devido a seus deveres contra o terrorismo, o Ministério Público de Paris abriu três investigações de assassinato e tentativa de homicídio realizada como parte de uma ofensiva terrorista", disse ele em comunicado. Os tiroteios são "terroristas" porque criaram um "clima de intimidação e terror", explicou uma fonte judicial à AFP. "Cada ação foi levada de maneira premeditada contra seus alvos, que foram escolhidos porque pertenciam às forças armadas ou porque estavam em um lugar religioso", indicou a fonte.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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