AI pede investigação sobre ataques da Otan na Líbia
19 mar2012 - 09h22
(atualizado às 09h48)
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A organização Anistia Internacional (AI) pediu nesta segunda-feira uma investigação sobre a morte de civis nos ataques da Otan na Líbia e denunciou que a Aliança Atlântica não fez contato com os familiares das vítimas.
Em um relatório intitulado "Líbia: as vítimas esquecidas dos ataques aéreos da Otan", a organização humanitária afirma que vários civis líbios que não participaram dos enfrentamentos durante a guerra civil foram mortos ou feridos, a maioria em suas casas, pelos ataques da Otan.
Segundo a AI, a Aliança Atlântica ainda não terminou as investigações necessárias nem tentou estabelecer contato com os sobreviventes ou os familiares dos mortos.
A ONG pede uma profunda investigação e também uma indenização às vítimas e suas famílias. "É profundamente decepcionante que mais de quatro meses depois do fim da campanha militar, as vítimas e os familiares dos mortos nos ataques aéreos da Otan ainda não saibam o que aconteceu e quem foi responsável", disse Donatella Rovera, assessora da área de Resposta a Crises da AI.
"Os representantes da Otan especificaram repetidamente seu compromisso de proteger os civis. Agora não podem deixar de lado as mortes de muitos civis com vagas declarações sem investigar adequadamente estes incidentes", acrescenta.
Segundo a AI, os investigadores devem estabelecer se as vítimas foram resultado de uma violação do direito internacional, um caso que levaria os responsáveis à Justiça. A Anistia Internacional afirma ter documentado 55 casos de civis, incluindo 16 crianças e 14 mulheres, mortos em ataques aéreos em Trípoli, Zlitan, Mahir, Sirte e Brega.
Perante a ausência de uma resposta da Otan ao que aconteceu, as famílias das vítimas sentem que foram esquecidas e que não podem comparecer perante a Justiça, afirma a AI, que pede que a Otan realize uma investigação rápida, independente e imparcial sobre as violações do direito internacional.
A operação da Otan na Líbia, que começou em março de 2011, terminou em 31 de outubro do ano passado e seu objetivo era proteger a população civil líbia dos ataques do regime de Muammar Kadafi
Após morte de Muammar Kadafi, soldados leais ao ex-líder líbio são presos por rebeldes. O coronel, que liderou o país por 42 anos, foi capturado nesta quinta-feira, após dois meses em que seu paradeiro era desconhecido. Segundo membros do Conselho Nacional de Transição, governo provisório líbio, Kadafi morreu devido a ferimentos sofridos durante a tomada de Sirte, último reduto e cidade natal do ex-governante.
Foto: Reuters
Em Sirte, forças anti-Kadafi celebram captura e morte do ex-líder líbio, nesta quinta-feira
Foto: Reuters
Em Trípoli, líbios carregam bandeira nacional enquanto celebram a captura e morte do ex-líder Muammer Kadafi pelas forças do CNT
Foto: AFP
Rebeldes anti-Kadafi comemoram tomada de Sirte, cidade natal de Muammar Kadafi, e a morte do ex-líder líbio
Foto: Reuters
No local onde o ex-líder líbio Muammar Kadafi teria sido capturado, forças do CNT cercam corpo de ex-soldado leal ao coronel
Foto: AFP
Membros do Conselho Nacional de Transição, governo provisório líbio, seguram arma de ouro que teria pertencido ao ex-líder Muammar Kadafi
Foto: AFP
Na Tunísia, reguiados líbios celebram a notícia da morte do ex-líder de seu país, Muammar Kadafi, anunciada por rebeldes do governo provisório nesta quinta-feira
Foto: Reuters
Bandeira do Conselho Nacional de Transição, governo provisório líbio, é simbolo da comemoração em Trípoli pela morte de Muammar Kadafi, anunciada pelos rebeledes nesta quinta-feira
Foto: AFP
Jovem líbio comemora morte de Kadafi, nesta quinta-feira, em Trípoli, erguendo bandeira do CNT, governo provisório que anunciou fim do ex-líder e tomada de Sirte, último reduto pró-Kadafi
Foto: AFP
Em Trípoli, líbios fazem festa nas ruas ao saberem da morte de Muammar Kadafi, anunciada pelo CNT, governo provisório, nesta quinta-feira, em Sirte
Foto: Reuters
Membros das forças do CNT celebram tomada de Sirte e morte de Muammar Kadafi, ex-líder líbio que comandou o país por 42 anos
Foto: AP
Rebeldes cercam homem suspeito de ser leal ao regime de Muammar Kadafi, ex-líder líbio morto pelas forças do Conselho Nacional de Transição, governo provisório do país
Foto: AP
Soldados das forças anti-Kadafi comemoram a tomada de Sirte, último reduto do ex-líder líbio, capturado e morto em sua cidade natal
Foto: AP
Ao fundo, corpo de soldado pró-Kadafi; à frente, rebelde do CNT olha para dentro de tuneis de concreto onde governo provisório líbio afirma ter capturado o ex-líder do país, morto nesta quinta-feira
Foto: AFP
Em frente a tuneis de concreto, local onde CNT afirma que ex-líder líbio Muammar Kadafi foi capturado, rebeldes comemoram morte do coronel