Ataque contra escola judia na França deixa 4 mortos
19 mar2012 - 05h30
(atualizado às 12h15)
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Quatros pessoas, incluindo três crianças, foram assassinadas a tiros nesta segunda-feira em uma escola judaica em Toulouse, sul da França, por um homem em uma moto, provavelmente o mesmo atirador que matou três militares franceses na semana passada na mesma região. O crime comoveu a França em plena campanha eleitoral.
"É uma tragédia espantosa. Toda a República Francesa está afetada por este drama abominável", afirmou o presidente francês Nicolas Sarkozy, que viajou imediatamente a Toulouse. As vítimas são um professor de religião de 30 anos, seus dois filhos, de três e seis anos, e a filha de 10 anos da diretora do centro de ensino. Além disso, um adolescente de 17 anos ficou gravemente ferido no tiroteio.
Testemunhas afirmaram que o criminoso abriu fogo contra um grupo de pais e crianças diante do colégio judaico Ozar Hatorah, que fica em um bairro residencial de Toulouse, antes fugir em uma moto. "Ele atirou contra tudo o que tinha pela frente, crianças e adultos. As crianças foram perseguidas até dentro da da escola", declarou o procurador à imprensa.
A forma de operar do assassino recorda a utilizada por um homem que na semana passada matou três militares e feriu gravemente outro na mesma região. O atirador também circulava de moto. O criminoso utilizou duas armas, uma delas do mesmo calibre da usada no assassinato de soldados de um regimento de paraquedistas em Toulouse e Montauban.
Segundo o procurador, "existem elementos que justificam que se imagine seriamente a questão de um vínculo entre esta matança e os recentes assassinatos de militares". A tragédia abalou a campanha presidencial francesa, que terá o primeiro turno em 22 de abril, e que nesta segunda-feira começava de maneira oficial.
Além de Sarkozy, que chegou a Toulouse acompanhado do presidente do Conselho Representativo das Instituições Judaicas da França (CRIF), Richard Prasquier, o candidato socialista, François Hollande, também anunciou a suspensão momentânea da campanha para manifestar solidariedade às famílias das vítimas e à comunidade judaica da França. O ministério do Interior anunciou um reforço da vigilância das escolas judaicas, que já contam com medidas de proteção na França.
Patrick Rouimi, pai de um aluno, afirmou que o homem abriu fogo contra as pessoas que aguardavam em um ponto de transporte escolar. A rua Dalou, onde fica o centro de ensino, foi isolada e centenas de policiais foram mobilizados ao redor do colégio.
Na quinta-feira passada, um homem em uma moto preta matou a sangue frio dois soldados de um regimento de paraquedistas da cidade de Montauban e feriu gravemente outro. A Justiça francesa vinculou imediatamente as mortes de Montauban com o assassinato de outro militar cometido no domingo 11 de março em Toulouse. Nos dois ataques a mesma arma foi utilizada. Mais de 50 investigadores foram mobilizados para encontrar o autor dos crimes.
"Uma explicação? Trata-se de um antissemitismo brutal e abjeto", afirmou o dr. Charles Bensemhoun, morador de Toulouse. "Agora atiram contra crianças", completou uma mulher que estava a seu lado.
O governo de Israel afirmou estar "horrorizado". "Estamos horrorizados com este ataque. Confiamos que as autoridades francesas farão tudo para investigar o drama e levarão os responsáveis pelos assassinatos à justiça", declarou o porta-voz do ministério das Relações Exteriores, Yigal Palmor.
O grande rabino da França, Gilles Bernheim, afirmou que estava "terrivelmente comovido" e que viajaria a Toulouse.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, condenou "o assassinato odioso de judeus, incluindo pequenas crianças". "É muito cedo para saber exatamente quais são as circunstâncias deste assassinato, mas não podemos descartar a possibilidade de que tenha sido motivado por um antissemitismo violento e sangrento", declarou Netanyahu a membros de seu partido Likud.
O Vaticano, por sua vez, manifestou sua "profunda indignação, seu horror, e sua condenação mais firme". "O atentado de Toulouse contra uma escola e três crianças judias é um ato horrível e desprezível, que se junta a outros recentes de violência absurda que feriram a França", declarou o porta-voz do Vaticano, padre Federico Lombardi.
Perita trabalha na cena do crime em frente à escola judaica Ozar Hatorah, em Toulese, na França. Um atirador, aparentemente em uma motocicleta, abriu foto no local e matou quatro pessoas, um adulto e três crianças
Foto: AFP
Pessoas se reúnem nas proximidades da escola em que o ataque ocorreu
Foto: AFP
O presidente francês Nicolas Sarkozy faz pronunciamento em frente à escola em que o ataque ocorreu
Foto: AFP
Segundo o procurador Michel Valet, o criminoso abriu fogo contra todas as pessoas que estavam diante do colégio
Foto: AFP
Pai conforta crianças após tiroteio em escola judaica
Foto: AP
Perita fotografa evidencia na cena do crime. O tiroteio tem características semelhantes a outros ataques recentes ocorridas na região sudoeste da França
Foto: AFP
Polícia isolou a cena do crime após o ataque
Foto: AFP
Bombeiros e policiais isolam a entrada da escola em Toulose; ao menos quatro pessoas morreram no tiroteio
Foto: AP
Estudante colégio após o ataque acompanhada de policial e de mulher não identificada
Foto: AP
Policiais franceses montam barreira em frente à escola Ozar Hatorah após o ataque
Foto: Reuters
Estudantes se reúnem na entrada da escola Ozar Hatorah após o ataque do atirador. Um homem em uma motocicleta abriu fogo contra o colégio judaico e matou quatro pessoas, um adulto e uma criança
Foto: AP
Imagem cedida por colégio de Jerusalém exibe Jonathan Sandler, 30 anos, o professor assassinado nesta segunda-feira em Toulouse
Foto: EFE
Foto: Terra
Policiais montam guarda em frente à escola Ozar Hatorah, em Toulouse
Foto: AP
Alunos de escola judia Gan Rachi, de Toulouse, observam minuto de silêncio em homenagem vítimas do ataque de segunda-feira
Foto: AFP
O presidente francês, Nicolas Sarkozy (centro), e o ministro da Educação, Philippe Chatel (dir.), respeitam minuto de silêncio na escola François Couperin, em Paris
Foto: AP
Sarkozy conversa com estudantes na escola François Couperin, em Paris
Foto: AP
O presidente francês, Nicolas Sarkozy, e o ministro da Educação, Philippe Chatel (dir.), participam de minuto de silêncio em homenagem às vítimas do ataque de segunda-feira
Foto: AP
Alunos e a diretora da escola Georges Brassens, em Paris, respeitam minuto de silêncio
Foto: AP
Alunos da escolar Anne-Franck, em Lambersart, no norte da França, respeitam minuto de silêncio em homenagem às vítimas do ataque de segunda-feira à escola judaica Ozar Hatorah. Escolas ao redor da França homenageiam nesta terça-feira as quatro vítimas, um professor e três crianças, do ataque realizado por um homem armado em uma motocicleta
Foto: AP
Foto: Terra
Ambulância deixa local do cerco a suspeito - dois policiais ficaram feridos durante a operação
Foto: Reuters
Ruas ao redor da casa onde o suspeito se encontra foram bloqueadas
Foto: Reuters
Caixão com o corpo de uma das vítimas é transferido em sua chegada a Israel
Foto: Reuters
O rabino Jonathan Sandler, 30 anos, professor de religião, seus filhos Arieh, 5, e Gabriel, 4, assim como Myriam Monsonego, 7 anos, filha do diretor da escola judaica Ozar Hatorah, foram assassinados por um desconhecido em Toulouse
Foto: Reuters
Cada caixão deixou o aeroporto em uma ambulância diferente
Foto: Reuters
Os quatro serão levados ao cemitério de Har Hamenouhot, no bairro de Givat Shaoul, em Jerusalém
Foto: Reuters
A operação policial começou pouco depois das 3h locais (22h de terça-feira em Brasília) quando o homem foi cercado e ocorreu um primeiro tiroteio, no qual dois agentes ficaram feridos
Foto: Reuters
Descrito pelo promotor de Paris, François Moulins, como um indivíduo "extremamente determinado, com muito sangue frio e com alvos extremamente definidos", o homem matou suas quatro vítimas com disparos à queima-roupa na cabeça
Foto: Reuters
No Palácio do Eliseu, Sarkozy afirma que o terrorismo não conseguirá dividir a França
Foto: AP
O rabino Gilles Bernheim responde as perguntas dos jornalistas após encontro com o presidente Nicolas Sarkozy e representantes das comunidades judaica e muçulmana
Foto: AFP
A unidade especial da polícia francesa participação da operação para deter o suspeito
Foto: AFP
Policial monta guarda em frente à residência onde o suspeito de cometer assassinatos em três diferentes ataques na França está encarcerado desde o início da madrugada. Ele foi identificado como Mohammed Merah, de nacionalidade francesa e de origem argelina
Foto: AFP
A polícia e o Corpo de Bombeiros cercam as imediações do apartamento onde Mohammed Merah está entrincheirado
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Mãe de Mohamed Merah cobre o rosto ao chegar ao quartel da polícia em Toulouse
Foto: AP
Policiais e bombeiros aguardam desfecho do cerco ao autor do ataque a escola judaica, que já dura mais de 24 horas
Foto: AP
O ministro do interior da França, Claude Gueant, disse não ter certeza de que o criminoso ainda está vivo
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Imagem mostra membros das forças especiais da polícia francesa pouco antes da invasão do apartamento de Merah
Foto: AFP
Policiais isolam rua que dá acesso ao apartamento de Mohammed Merah
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As autoridades trabalham no local do impasse antes do anúncio da morte do atirador
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O procurador do Ministério Público francês, François Molins (centro), conversa com jornalistas nos arredores do local em que o atirador esteve cercado
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Bombeiros e policiais trabalham na área do cerco
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Guéant se aproxima para falar com jornalistas após o fim do impasse
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Agentes das forças especiais da polícia francesa se preparam para invadir o apartamento em que Mohammed Merah se escondia
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O ministro do Interior francês, Claude Guéant (centro), chega para dar entrevista após a morte do atirador. Guéant anunciou o fim do impasse após mais de 30 horas de cerco em Toulouse. Segundo ele, Mohammed Merah morreu ao pular da janela, com uma arma e punho e ainda atirando, após um intenso tiroteio com policiais que invadiram o seu apartamento. Merah foi encontrado morto no chão
Foto: AFP
Agentes da unidade Raid, das forças especiais francesas, retornam após o encerramento do impasse que culminou com a morte do atirador Mohammed Merah, em Toulouse. No capítulo final, os agentes invadiram o apartamento em que Merah estava entrincheirado e o agressor reagiu disparando ferozmente contra os policias. Ele foi encontrado morto no chão após pular de uma janela
Foto: AFP
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Flores e um ursinho de pelúcia são vistos em meio as homenagens aos mortos na escola judaica
Foto: AP
Mulheres prestam homenagem aos mortos na escolar judaica Ozar Hatorah, de Toulouse. Quatro pessoas, um adulto e três crianças, foram mortas no local na segunda-feira, um dos ataques cometidos por Merah
Foto: AP
Jornalistas fazem plantão em frente ao apartamento de Mohammed Merah
Foto: AP
Imagem mostra a parte externa do apartamento do atirador
Foto: AP
Policial mascarado investiga o apartamento de Mohammed Merah nesta sexta-feira, em Toulouse. Merah morreu na quinta-feira baleado na cabeça por um atirador de elite após passar mais de 30 horas cercado em sua casa. Ele era o responsável por três ataques que mataram sete pessoas desde o dia 11 de março
Foto: AP
Cartaz com a frase "Convivência: igualdade, pluralidade, dignidade" em vários idiomas é exibido em Toulouse
Foto: AFP
Pessoas marcham pela praça principal de Toulouse para lembrar as vítimas de Mohamed Merah na cidade
Foto: AFP
Uma mulher e sua filha rezam diante de fores e objetos deixados em frente à escola judaica Ozar Hatorah, onde ocorreu o crime
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Centenas de pessoas se reúnem na praça principal de Toulouse para homenagear as vítimas do atirador que matou quatro pessoas em uma escola na cidade. Um dia após a morte de Mohammed Merah, Toulouse amanheceu com flores em frente à escola judaica onde ocorreu o crime e com uma marcha em lembrança aos mortos no ataque, que eram três crianças e um adulto