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Ásia

AIEA vê aumento no uso de energia nuclear apesar de Fukushima

AIEA prevê aumento do uso de energia nuclear

16 mar 2012 - 19h17
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O uso mundial de energia nuclear poderá aumentar em até 100% nas próximas duas décadas em meio ao crescimento na Ásia, apesar de as inovações para novos reatores terem diminuído no ano passado após o desastre de Fukushima, apontou um relatório da ONU.

O relatório da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), que ainda não foi divulgado mas foi visto pela Reuters, informa que uma expansão da capacidade um pouco mais lenta do que o anteriormente previsto é provável depois do pior acidente nuclear do mundo em um quarto de século. Mas, segundo o documento, "o crescimento significativo no uso da energia nuclear em todo o mundo ainda está previsto - entre 35 e 100% até 2030 - embora as projeções da agência para 2030 sejam de 7 a 8% menores do que as projeções feitas em 2010."

Os colapsos dos reatores da usina nuclear de Fukushima, no Japão, causados por um terremoto e tsunami em 11 de março do ano passado, abalaram o mundo nuclear e levantaram dúvidas sobre se a energia atômica é segura. Alemanha, Suíça e Bélgica decidiram se afastar da energia nuclear para aumentar a dependência em energia renovável.

O documento da AIEA, obtido pela Reuters nesta sexta-feira, disse que o início de construção de novos reatores caiu para apenas três no ano passado - dois no Paquistão e um na Índia - de 16 em 2010. Também no ano passado, 13 reatores foram oficialmente declarados como permanentemente fechados, incluindo as quatro unidades de Fukushima e oito na Alemanha.

"Isso representa o maior número de fechamentos desde 1990, quando o acidente de Chernobyl teve um efeito semelhante", afirmou a agência da ONU com sede em Viena no relatório anual Revisão da Tecnologia Nuclear. "A título de comparação, 2010 teve apenas um desligamento e 2009, três."

Em 1986, um reator explodiu e pegou fogo em Chernobyl, na então União Soviética, enviando uma onda de radiação por toda a Europa. Em Fukushima, há um ano, incêndios e explosões causaram um colapso completo em três reatores, enquanto um quarto também foi danificado. Hoje, os quatro reatores estão em um estado estável e frio de desligamento e a limpeza do local continua, mas a fase final de desativação não vai acontecer nos próximos 30 ou 40 anos.

Quase todos os 54 reatores do Japão estão ociosos, aguardando aprovações para reiniciar.

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