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Estados Unidos

Obama e Cameron reafirmam compromisso com o Afeganistão

14 mar 2012 - 13h43
(atualizado às 18h37)
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Os Estados Unidos e o Reino Unido manterão suas tropas no Afeganistão até o fim da missão no país asiático, em 2014, reafirmaram nesta quarta-feira o presidente americano, Barack Obama, e o primeiro-ministro britânico, David Cameron. Em uma entrevista coletiva nos jardins da Casa Branca, os dois chefes de Estado deixaram claro a relação estreita entre os dois países.

Obama e Cameron concedem entrevista nos jardins da Casa Branca: relação "mais forte do que nunca"
Obama e Cameron concedem entrevista nos jardins da Casa Branca: relação "mais forte do que nunca"
Foto: AP

As relações entre Estados Unidos e Reino Unido estão "mais fortes do que nunca", disse Obama. Cameron seguiu no mesmo tom: "nunca esteve tão forte", classificou ele, fazendo referência à cooperação entre as potências. A fala de ambos seguiu idêntica quando afirmaram que não há mudanças de planos previstas para a guerra no Afeganistão. "Nós vamos completar essa missão", afirmou Obama. "Não vamos abandonar a missão no Afeganistão", completou Cameron.

O premiê britânico está em viagem oficial a Washington em um momento delicado para as forças da coalizão no Afeganistão. No domingo passado, um militar americano teria sido o autor do massacre de 16 civis por motivos ainda desconhecidos, entre eles mulheres e crianças, em uma localidade no sudoeste da província de Kandahar. Em fevereiro, soldados americanos queimaram exemplares do Corão em uma base militar nos arredores de Cabul, o que provocou a ira no Afeganistão.

Mas isso não parece assustar os dois líderes. "Não antecipo nesta etapa que vamos fazer mudanças repentinas adicionais no plano que temos atualmente. Já tiramos 10 mil de nossos efetivos. Temos programados retirar até um adicional de 23 mil neste verão (próximo inverno no Brasil)", afirmou o presidente americano. "Nosso interesse em ganhar essa guerra é porque estamos lá há 10 anos. Ninguém quer guerra", disse ele, acrescentando que as tropas fizeram progressos durante esta década.

O presidente reiterou assim sua intenção de manter o atual calendário, mas alguns meios de comunicação, como o jornal The New York Times, afirmam, citando fontes oficiais, que os Estados Unidos cogitam antecipar a saída de suas tropas após uma série de incidentes violentos. Cameron, por sua vez, disse que os dois países não podem permitir que o Afeganistão volte a ser refúgio da Al-Qaeda.

Irã: tempo se esgotando
Obama e Cameron também falaram sobre as tentativas de negociações para que o Irã abandone seu programa nuclear. "A janela que permite resolver este problema de forma diplomática está se fechando", disse o presidente americano. Obama afirmou que "as sanções ao Irã vão 'morder' ainda mais forte neste verão". "Mandei uma mensagem pública" ao Irã, "veremos", disse o presidente americano.

"Vamos fazer o máximo possível para resolver isso diplomaticamente, mas em última instância temos de ter alguém do outro lado da mesa que esteja levando o assunto a sério", alertou Obama. Enquanto isso, Cameron afirmou que a bateria de sanções contra o regime de Ahmadinejad, e especialmente o embargo da União Europeia (UE) ao petróleo iraniano, estão aumentando dramaticamente a pressão sobre Teerã.

Síria: pressão e ajuda
Sobre a Síria, os dois líderes afirmaram que é preciso acabar com o regime do presidente sírio, Bashar al-Assad, impedir as mortes rapidamente e enviar ajuda humanitária ao país. David Cameron disse que a única coisa a fazer é aumentar a pressão sobre o "sangrento, brutal e quebrado" governo de Assad. Para ele, a Rússia é essencial para impor sanções contra Assad. Cameron defendeu que os crimes de guerra que vêm ocorrendo sejam registrados para que os responsáveis sejam punidos.

O presidente americano acrescentou que o "instinto natural" dos Estados Unidos é agir, mas que é crucial pensar sobre as consequências. Sua proposta é uma "aterrissagem suave" para o povo sírio, em oposição a uma "aterrissagem forte" que poderia resultar em uma guerra civil ainda maior do que a que o país vive hoje. Os dois expressaram apoio às gestões do enviado da ONU e da Liga Árabe para a Síria, Kofi Annan, para conseguir uma solução diplomática ao conflito no país árabe.

Agenda cheia
Após ter viajado nesta terça-feira ao estado de Ohio com Obama no Air Force One (o avião presidencial) para assistir a uma partida de basquete, mais uma demonstração da estreita relação bilateral, Cameron e sua mulher, Samantha, serão homenageados nesta noite com um banquete na Casa Branca. Antes do jantar, o primeiro-ministro e sua esposa farão uma visita pessoal a crianças da cidade de Washington e, na quinta-feira, se deslocarão a Nova Jersey e Nova York para participar de uma série de eventos.

Com agências internacionais

Fonte: Terra
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