Premiê líbio pede ajuda aos EUA com remanescentes pró-Kadafi
8 mar2012 - 16h01
(atualizado às 16h15)
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O primeiro-ministro interino da Líbia, Abdel Rahim al-Kib, pediu nesta quinta-feira aos Estados Unidos ajuda para se ocupar com os "remanescentes" do regime do ex-líder líbio Muammar Kadafi, e minimizou a possibilidade de uma possível divisão da Líbia.
"Uma das coisas que pedimos à senhora secretária (de Estado Hillary Clinton) foi ajuda para (lidar com) os remanescentes do antigo regime", disse Kib durante uma entrevista coletiva à imprensa depois de ter se reunido com Hillary em Washington.
Os partidários de Kadafi "foram danosos, causaram problemas e nós precisamos aplicar a lei correspondente", disse Kib. "Também precisamos dos recursos que roubaram do povo da Líbia", acrescentou.
Tanto Kib como altos funcionários americanos minimizaram a possibilidade de a Líbia sofrer uma secessão.
Na terça-feira, líderes políticos e tribais de Benghazi declararam autônoma a Cirenaica (região do leste), rica em petróleo, mas reconheceram o Conselho Nacional de Transição como a legítima representação da Líbia em assuntos externos.
Um alto funcionário do Departamento de Estado disse que, apesar de esses fatos preocuparem, parecem mais uma mostra de que os líbios do leste que se opuseram à centralização do poder em Trípoli sob o regime "querem garantir que sua voz será ouvida."
Fevereiro - Veículos destruídos após bombardeio do regime líbio são fotografados no dia 25. Após protestos iniciados no dia 13, a repressão governamental explode no dia 17, o chamado "Dia da Coléra", e o exército começa a usar fogo real. Os rebeldes tomam as cidades de Benghazi e Jalu já no dia 21 e, no dia seguinte, o líder líbio Muammar Kadafi diz que não deixará o poder e que está disposto a morrer. A ONU aprova as primeiras sanções contra o regime no dia 27
Foto: AFP
Março - Caça do exército líbio incendeia após ser atingido por forças rebeldes em Benghazi , no dia 19. Os rebeldes iniciam a ofensiva rumo a oeste no dia 4. Entre os dias 6 e 16, as tropas de Kadafi fazem uma intensa ofensiva contra os insurgentes, o que leva a ONU a aprovar no dia 17 a resolução 1.973, para tomar "todas as medidas necessárias" para proteger a população civil
Foto: AFP
Abril - Jovem rebelde é socorrido em clínica improvisada em casa de Misrata, no dia 29. Após um mês de intensivos ataques a posições de Kadafi, a artilharia aérea da Otan realiza uma investida à capital Trípoli que termina com a morte do filho mais novo e três netos de Kadafi. Em abril, também aumentam as tensões sobre a legalidade da intervenção militar na Líbia, que estaria indo além da proteção aos civis
Foto: AFP
Maio - Rebelde líbio exibe a bandeira monárquica ao lado de avião kadafista em Misrata, no dia 29. No dia 17, o Tribunal Penal Internacional emite ordem de prisão contra Kadafi por crimes contra a humanidade. No dia 24, um novo ataque da Otan em Trípoli, o maior desde o início de suas operações, causa 19 mortos e 150 feridos, todos civis
Foto: AFP
Junho - Nuvem de fumaça se ergue após bombardeio da Otan nas proximidades do complexo residencial de Kadafi em Trípoli, no dia 7. A ofensiva rebelde prossegue com a tomada de Yafran, a apenas 10 km de Trípoli. No campo diplomático, Espanha e França se juntam aos países que reconhecem o Conselho Nacional de Transição líbio, o órgão oficial dos rebeldes, como o governo legítimo do país
Foto: AFP
Janeiro/fevereiro 2012- Militantes líbios festejam um ano de revolução no país em Trípoli, no dia 14 de fevereiro. Uma série de confrontos entre tribos eclode no país. No mais notório deles, no dia 23, milicianos tomam o controle de Bani Walid, mas a cidade é logo liberada nos dias seguintes. No dia 4 de fevereiro, inicia o primeiro julgamento de partidários de Kadafi. A Líbia celebra no dia 17 o 1º aniversário que mudou os rumos e livrou o país de 42 anos de regime Kadafi
Foto: AP
Agosto - Rebeldes celebram ao redor de icônica estátua de um punho de ouro após a tomada do complexo residencial de Kadafi, em Trípoli, no dia 23. No dia 2, os rebeldes anunciam estar às portas de Trípoli, após terem tomado Brega e a refinaria de Zawiyah. Após avançarem em Trípoli, os rebeldes anunciam no dia 21 a tomada da capital do país e do complexo em que Kadafi morava, mas o coronel não é encontrado
Foto: AFP
Setembro - O premiê britânico, David Cameron (esq.), e o presidente francês, Nicolas Sarkozy (dir.), visitam hospital em Trípoli no dia 15. Cameron e Sarkozy se tornam as primeiras autoridades a visitar Trípoli após a queda do regime de Kadafi. A Assembleia-Geral da ONU reconhece em 16 de setembro o CNT como governo líbio. Também em setembro, familiares próximos de Kadafi deixa a Líbia e buscam refúgio nos vizinhos Níger e Argélia
Foto: AFP
Outubro - Corpo de Muammar Kadafi é exibido em Sirte no dia 20. A revolução na Líbia atinge o seu ápice em outubro com a fase final da ofensiva rebelde sobre os últimos enclaves kadafistas de Bani Walid e Sirte. No dia 20, os rebeldes tomam Sirte, capturam e matam Muammar Kadafi e seu filho Mutassim ¿ as imagens dos corpos mortos são exibidas para todo mundo. Três dias depois, o CNT anuncia a libertação total da Líbia. A Otan encerra a intervenção militar no país no dia 31
Foto: AFP
Novembro - Saif al-Islam é fotografado após ser capturado. Al-Islam, tido como herdeiro político de Kadafi e o último filho do coronel que ainda permanecia com paradeiro desconhecido, é capturado no dia 19, encerrando a caçada à família do ex-ditador
Foto: AP
Dezembro - A cidade de Sirte é fotografada no dia 19. No dia 17, os Estados Unidos levantam as sanções impostas à Líbia. Horas mais tarde, o chefe do Pentágono, Leon Panetta, chega ao país para avaliar as necessidades do governo de transição. Também em dezembro, países da União Europeia descongelam bilhões de dólares do governo líbio que haviam sido depositados em bancos do continente pelo regime de Kadafi
Foto: AFP
Julho - Rebelde ruma para o campo de batalha em Brega, no dia 14. A ofensiva insurgente prossegue com a tomada de um enclave oriental em Brega, onde está situado um importante complexo petrolífero. No início do mês, organismos de direitos humanos reportam que 1,2 milhão de pessoas deixaram o país desde o início da revolução