Oposição eleva para 8,5 mil o número de mortes na Síria
Mais de 8.500 pesosas, em sua maioria civis, morreram desde o início da rebelião na Síria em março de 2011, anunciou nesta quinta-feira o Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH).
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Entre as vítimas, figuram 6.195 civis, assim como 2.263 soldados e membros dos serviços de segurança, entre eles 428 desertores que passaram para o lado dos rebeldes, informou o chefe do OSDH, Rami Abdel Rahman.
No fim de fevereiro, o secretário-geral adjunto da ONU, Lynn Pascoe, considerou que a repressão na Síria havia deixado "provavelmente muito mais que 7,5 mil mortos", a contagem oficial da organização até este momento.
Damasco de Assad desafia oposição, Primavera e Ocidente
Após derrubar os governos de Tunísia e Egito e de sobreviver a uma guerra na Líbia, a Primavera Árabe vive na Síria um de seus episódios mais complexos. Foi em meados do primeiro semestre de 2011 que sírios começaram a sair às ruas para pedir reformas políticas e mesmo a renúncia do presidente Bashar al-Assad, mas, aos poucos, os protestos começaram a ser desafiados por uma repressão crescente que coloca em xeque tanto o governo de Damasco como a própria situação da oposição da Síria.
A partir junho de 2011, a situação síria, mais sinuosa e fechada que as de Tunísia e Egito, começou a ficar exposta. Crise de refugiados na Turquia e ataques às embaixadas dos EUA e França em Damasco expandiram a repercussão e o tom das críticas do Ocidente. Em agosto a situação mudou de perspectiva e, após a Turquia tomar posição, os vizinhos romperam o silêncio. A Liga Árabe, principal representação das nações árabes, manifestou-se sobre a crise e posteriormente decidiu pela suspensão da Síria do grupo, aumentando ainda mais a pressão ocidental, ancorada pela ONU.
Mas Damasco resiste. Observadores árabes foram enviados ao país para investigar o massacre de opositores, sem surtir grandes efeitos. No início de fevereiro de 2012, quando completavam-se 30 anos do massacre de Hama, as forças de Assad iniciaram uma investida contra Homs, reduto da oposição. Pouco depois, a ONU preparou um plano que negociava a saída pacífica de Assad, mas Rússia e China vetaram a resolução, frustrando qualquer chance de intervenção, que já era complicada.