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Estados Unidos

Relator da ONU crê que Manning sofreu "tratamento cruel"

5 mar 2012 - 12h48
(atualizado às 13h26)
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O relator da Organização das Nações Unidas (ONU) contra a Tortura acredita que o soldado americano Bradley Manning, suspeito de ter vazado documentos confidenciais ao WikiLeaks, tenha sido submetido a um "tratamento cruel, desumano e degradante" durante os meses em que permaneceu isolado em uma prisão nos Estados Unidos, em declarações feitas nesta segunda-feira à AFP.

"Acredito que Bradley Manning foi submetido a um tratamento cruel, desumano e degradante através do isolamento excessivo e prolongado que teve nos oito meses em que permaneceu (na base de) Quantico", antes de comparecer perante a Justiça militar, disse o relator Juan Ernesto Méndez à margem da reunião do Conselho de Direitos Humanos da ONU, realizada em Genebra.

Méndez indicou que estes maus tratos cessaram em abril passado, quando o soldado foi levado desta prisão do estado da Virgínia a outra do Kansas, mas que nunca recebeu uma explicação "convincente" das autoridades pelos oito meses anteriores. "Felizmente isto terminou depois que fui transferido, mas a explicação que me dão pelos oito meses não me parece convincente", declarou.

Brladey Manning, de 24 anos, foi acusado formalmente no mês passado por um tribunal militar de "conluio com o inimigo", antes do julgamento no qual pode ser condenado à prisão perpétua. O soldado é considerado o responsável pela transmissão ao site WikiLeaks milhares de documentos militares americanos sobre a guerra no Iraque e Afeganistão, assim como despachos diplomáticos do departamento de Estado entre novembro de 2009 e maio de 2010, enquanto estava em missão no Iraque.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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