PUBLICIDADE

Europa

Putin é eleito presidente da Rússia pela terceira vez

4 mar 2012 - 21h53
(atualizado em 5/3/2012 às 06h28)
Compartilhar

Vladimir Putin, primeiro-ministro e ex-presidente da Rússia, ganhou folgadamente as eleições presidenciais do domingo, segundo os resultados oficiais parciais, vitória que seus rivais não demoraram a questionar. "Obrigado a todos que disseram 'sim' à Grande Rússia", gritou Putin com lágrimas nos olhos perante dezenas de milhares de partidários, reunidos a dezenas de metros das muralhas do Kremlin.

Em discurso, Putin agradeceu o apoio "arrasador" de seus eleitores
Em discurso, Putin agradeceu o apoio "arrasador" de seus eleitores
Foto: AFP

O presidente eleito afirmou que o povo da Rússia demonstrou saber "diferenciar os ares de mudança das tentativas de destruir o país". "Vencemos!", gritou no meio das aclamações de seus jovens seguidores.

Segundo informa a Comissão Eleitoral Central (CEC), com 99,3% dos votos apurados, o homem forte da Rússia obtém 63,75% dos emitidos, quase 43 milhões. Com este resultado, Putin, que já exerceu o cargo de presidente entre 2000 e 2008, é o ganhador do pleito no primeiro turno.

"Não haverá segundo turno. Esta vitória estava clara há dois ou três meses", disse o cineasta Stanislav Govorujin, chefe de campanha de Putin, em declarações ao vivo pela televisão logo após os primeiros resultados serem divulgados.

O líder do Partido Comunista da Rússia, Gennady Ziuganov, foi o segundo candidato mais votado, com 17,19%, segundo os dados da CEC. O terceiro lugar corresponde ao multimilionário Mikhail Prokhorov (7,82%), considerado uma das grandes surpresas da campanha presidencial russa ao se tratar de um candidato sem experiência política.

O ultranacionalista Vladimir Jirinovski, que participou de várias votações presidenciais nos últimos 20 anos, é quarto, com 6,23% dos sufrágios. O social-democrata Sergei Mironov, antigo presidente do Senado, é quinto e último com 3,85% dos votos emitidos.

Poucos minutos após se saber os primeiros resultados oficiais, o líder comunista negou a legitimidade destas eleições, que o chefe da campanha de Putin considerou "as mais limpas de toda a história da Rússia". "Não vejo o sentido de felicitar ninguém. Com estas eleições perdemos todos. Limparam os pés com nossos cidadãos", proclamou Ziuganov.

Ele acrescentou que "como candidato", não pode "reconhecer o pleito realizado como limpo, justo nem honesto". "A enorme máquina estatal, criminosa e corrupta, trabalhou a favor de um só candidato", disse o líder comunista em alusão a Putin.

Enquanto isso, Prokhorov assegurou que "estas eleições não foram limpas" e adiantou que seus advogados já preparam o recurso perante os tribunais. Também questionou a vitória de Putin o ex-presidente da União Soviética Mikhail Gorbachev ao duvidar que os dados oficiais preliminares reflitam as preferências reais dos cidadãos. "Há grandes dúvidas que estes (resultados) reflitam os ânimos da sociedade. Mas enquanto não houver falsificações maciças confirmadas é difícil fazer comentários", disse Gorbachev.

Dezenas de caminhões e ônibus repletos de agentes das forças especiais da Polícia e soldados das tropas de Interior se encarregam de garantir a segurança em todo o centro de Moscou para prevenir protestos opositores. "Esta vitória não a cederemos a ninguém. Precisamos dela para que nosso país seja moderno, forte, e independente", proclamou o atual presidente, Dmitri Medvedev, ao proclamar a vitória de Putin.

Para Mironov, no entanto, antigo amigo do homem forte da Rússia, Putin "não aguentará o prazo estabelecido pelo mandato presidencial". Ziuganov também advertiu que as autoridades russas "não poderão governar como até agora". "É necessário mudar profundamente o sistema eleitoral para que as eleições sejam justas", advertiu Gorbachev, e insistiu que já antes do final do ano "é preciso realizar novas legislativas".

No Cáucaso Norte, cuja pacificação os partidários de Putin citam entre suas principais conquistas, pelo menos três policiais morreram em um ataque guerrilheiro contra um colégio eleitoral no Daguestão.

Com informações da agência EFE
EFE   
Compartilhar
Publicidade