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Mundo

Londres pede explicações sobre bloqueio de cruzeiros na Argentina

29 fev 2012 - 13h31
(atualizado às 13h54)
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O governo britânico convocou nesta quarta-feira o encarregado de negócios argentino, Osvaldo Marsico, ao Foreign Office, o que supõe mais um passo na escalada da tensão entre o Reino Unido e a Argentina pela disputa das ilhas Malvinas.

Passageiros do cruzeiro Star Princess são transportados em barco menor após a chegada do navio ao porto de Arturo Prat, em Punta Arenas, no Chile; a Argentina impediu que dois cruzeiros atracassem em Ushuaia
Passageiros do cruzeiro Star Princess são transportados em barco menor após a chegada do navio ao porto de Arturo Prat, em Punta Arenas, no Chile; a Argentina impediu que dois cruzeiros atracassem em Ushuaia
Foto: EFE

Londres pedirá a Marsico uma explicação sobre o caso de dois cruzeiros britânicos que tiveram o acesso negado ao porto de Ushuaia (sul da Argentina), afirmou nesta quarta-feira um porta-voz do Ministério de Relações Exteriores do Reino Unido.

Segundo o porta-voz britânico, Marsico foi convocado nesta mesma tarde para que explique a decisão argentina de impedir no sábado a entrada ao porto de Ushuaia de dois cruzeiros de turismo britânicos procedentes das Malvinas. O governo do Reino Unido também tratará esta situação com outros países da América Latina, acrescentou a fonte.

Importação desencorajada
Além do incidente com os cruzeiros, o Executivo britânico manifestará ao representante diplomático argentino sua preocupação pela decisão de Buenos Aires de incitar empresas argentinas e multinacionais a não importar produtos do Reino Unido.

A tensão foi agravada no ano passado depois que os países do Mercosul (Argentina, Uruguai, Paraguai e Brasil) acordaram em reunião impedir o ingresso a seus portos de navios com bandeira das ilhas do Atlântico Sul.

Horas antes, um porta-voz do primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron, tinha considerado "contraproducente" a medida adotada pelo governo de Cristina Kirchner de propor a 20 empresas que importam produtos do Reino Unido que os substituam por outros de procedência diferente.

Segundo fontes da agência argentina Télam, o pedido foi formulado pela titular de Indústria, Débora Giorgi, pois a Argentina quer estabelecer políticas que privilegiem os vínculos comerciais com as nações que respeitam a integridade territorial e suas reivindicações soberanas.

Política de confronto
O porta-voz de Cameron afirmou que "é muito triste que a Argentina continue com sua política de confronto, ao invés de cooperação", e opinou que essa postura é "uma má interpretação da determinação britânica sobre o assunto". "O Reino Unido - disse - é também um investidor na Argentina e nós importamos produtos da Argentina. Não joga a favor dos interesses econômicos da Argentina estabelecer barreiras desse tipo".

A decisão argentina coincide com um aumento da tensão entre os dois países pela presença do príncipe William, segundo na linha de sucessão ao trono britânico, nas ilhas e o envio de uma embarcação de guerra do Reino Unido ao Atlântico Sul. Esta tensão acontece nas vésperas do 30º aniversário da guerra que os países enfrentaram pela soberania das ilhas, que causou cerca de 900 mortos.

Em meados de fevereiro, a Argentina transferiu à Organização das Nações Unidas um protesto pela "militarização" do Atlântico Sul por parte do Reino Unido por causa do envio do HMS Dauntless, o destróier mais moderno da Marinha Real britânica.

EFE   
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