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Oriente Médio

Única usina elétrica de Gaza fecha por falta de combustível

14 fev 2012 - 12h30
(atualizado às 12h53)
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A única usina elétrica de Gaza, que gera aproximadamente 35% do total consumido da faixa palestina, parou de funcionar nesta terça-feira por falta de combustível industrial, informou a Autoridade de Energia e Recursos Naturais.

"Perdemos a principal fonte de eletricidade em Gaza, que sofre de uma grave carência de provisão de energia", informou o diretor de dados energéticos do órgão, Ahmed Abu al-Amarin, em entrevista coletiva concedida em Gaza.

A paralisação irá impedir que sejam atendidas as necessidades de hospitais, assim como o bombeamento e o tratamento de água fornecida às escolas, segundo advertiu Al-Amarin.

A interrupção foi causada por falta de diesel industrial, que é contrabandeado do Sinai egípcio através de túneis a um preço bastante inferior ao que deveria ser importado legalmente de Israel.

Há um mês o governo do Hamas na faixa não compra diesel de Israel por dificuldades nas negociações e a Autoridade Nacional Palestina garantiu o abastecimento da central com o combustível que chega pelos túneis, informou à Agência Efe Guy Inbar, porta-voz da Administração Civil israelense, o organismo militar que administra a ocupação.

Israel não recebe os pedidos porque o Executivo islâmico não transfere o custo do combustível à ANP, com sede em Ramala, e esta, que atravessa uma grave crise econômica, se recusa a custear a fatura.

O Escritório de Assuntos Humanitários das Nações Unidas calcula que até a interrupção da provisão ilegal entraram entre 300 mil e 400 mil litros de diesel por dia em Gaza.

Al-Amarin responsabilizou Israel pela situação e por "dar as costas" a Gaza, e pediu ao Egito e seu Parlamento que levem em conta "a responsabilidade" de seu país em relação à região palestina.

Em 2009, a União Europeia (UE) deixou de subsidiar o pagamento do combustível derivado de petróleo para a central elétrica, que fechou temporariamente em várias ocasiões nos últimos anos e foi bombardeada por Israel em 2006, em represália pela captura do soldado Gilad Shalit, libertado em outubro em troca de mais mil presos palestinos.

A usina gera em torno de 35% da eletricidade que Gaza consome, enquanto Israel e Egito vendem os 65% restantes.

Em uma visita ao Egito em dezembro, o chefe do governo do Hamas em Gaza, Ismail Haniyeh, acertou com o Cairo um aumento do fluxo elétrico oficial. Porém, a promessa ainda não foi cumprida, informou um funcionário da autoridade energética de Gaza à agência Ma'an.

EFE   
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