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Síria acusa árabes e ocidentais de ajudarem autores de atentados

11 fev 2012 - 06h49
(atualizado às 07h14)
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O regime de Bashar al-Assad acusou países árabes e ocidentais, sem nomeá-los, de apoiarem os autores dos dois atentados de ontem em Aleppo, a segunda maior cidade da Síria, nos quais morreram 28 pessoas, informou neste sábado a agência de notícias oficial síria Sana.

A agência publica uma carta do Ministério das Relações Exteriores sírio dirigida à Secretaria Geral e ao Conselho de Direitos Humanos da ONU, à Liga Árabe e à Organização de Cooperação Islâmica, na qual denuncia que o ataque ocorreu "no marco de uma campanha injusta" contra a Síria.

Segundo o ministério, essa campanha é apoiada e financiada por alguns países da região e encorajada pela imprensa, que respaldam grupos terroristas que matam "civis inocentes".

A carta acrescenta que o ataque foi executado por "partes apoiadas por países árabes e ocidentais" com o objetivo de abalar a segurança da Síria e a de seus cidadãos.

O ministério ressaltou que alguns Estados da região "lideram uma campanha de mobilização regional e internacional contra a Síria com argumentos humanitários, enquanto abrigam grupos terroristas armados que adotam o assassinato como forma de alcançar suas metas destrutivas".

Por esse motivo, o governo sírio fez uma chamada ao Conselho de Segurança da ONU para que assuma suas responsabilidades na luta antiterrorista e na aplicação de resoluções a este respeito.

A carta revela que o duplo atentado foi perpetrado com dois carros-bombas que tiveram como alvo edifícios das forças de segurança - um da Inteligência da Polícia Militar e outro das forças antidistúrbio -, situados em zonas residenciais, próximos a um parque infantil.

Enquanto as autoridades acusam "grupos armados terroristas", o Exército Livre Sírio (ELS), integrado por soldados desertores, denunciou que foi o próprio regime o autor das explosões, embora tenha assumido sua responsabilidade em um assalto prévio com armas leves às duas sedes de segurança atacadas.

Por outro lado, os opositores Comitês de Coordenação Local elevaram neste sábado a 64 o número de mortos - entre eles seis crianças e quatro mulheres - durante a jornada de protestos de ontem na Síria pela repressão das forças leais ao presidente Bashar al-Assad.

O grupo destacou que o local que registrou mais vítimas fatais foi a província central de Homs, uma das principais fortificações da oposição, onde faleceram 21 pessoas.

Também houve 17 mortos durante manifestações nos arredores de Damasco, seis em Deraa (sul); dois em Hama (centro), Damasco e Dir Zur (nordeste) e um em Idleb (norte). A essas vítimas se somam outras 13 em protestos em Aleppo na sexta-feira.

Multidão se reúne em frente à sede da polícia, em Aleppo, após o local ser atingido por uma explosão. Pelo menos vinte e cinco pessoas morreram e 175 ficaram feridas em um duplo ataque com carro-bomba que tinha como objetivo dois prédios das forças de segurança em Aleppo, segunda maior cidade da Síria, indicou o ministério sírio da Saúde. A ação foi inicialmente reivindicada pelo Exército Livre Sírio (ELS), integrado por militares desertores, mas eles depois acusaram o regime Asad
Multidão se reúne em frente à sede da polícia, em Aleppo, após o local ser atingido por uma explosão. Pelo menos vinte e cinco pessoas morreram e 175 ficaram feridas em um duplo ataque com carro-bomba que tinha como objetivo dois prédios das forças de segurança em Aleppo, segunda maior cidade da Síria, indicou o ministério sírio da Saúde. A ação foi inicialmente reivindicada pelo Exército Livre Sírio (ELS), integrado por militares desertores, mas eles depois acusaram o regime Asad
Foto: Reuters
EFE   
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