PUBLICIDADE

Oriente Médio

Bombardeios a Homs já mataram cerca de 400, dizem ativistas

9 fev 2012 - 20h09
(atualizado às 20h38)
Compartilhar

O Exército sírio retomou nesta quinta-feira os bombardeios contra a cidade de Homs, deixando ao menos 40 mortos, segundo afirmam ativistas opositores. Os ativistas afirmam que entre os mortos nesta quinta-feira estão três famílias inteiras. Ativistas estimam que cerca de 400 pessoas foram mortas em Homs desde que a ofensiva começou, no fim de semana. As informações sobre as mortes não puderam ser confirmadas independentemente.

Imagem divulgada nesta quinta-feira mostra uma residência civil destruída durante os bombardeios a Homs
Imagem divulgada nesta quinta-feira mostra uma residência civil destruída durante os bombardeios a Homs
Foto: AP

Um médico que trabalha em uma hospital improvisados disse que os feridos estão morrendo por falta de tratamento adequado. Com vários distritos controlados por forças rebeldes, Homs, a terceira maior cidade do país, tem sido o principal foco das manifestações contra o regime do presidente Bashar al-Assad.

Na noite desta quarta-feira, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, afirmou que a Liga Árabe quer retomar sua missão de observação interrrompida recentemente na Síria e sugeriu que a ONU poderá se juntar a esta missão.

Em um pronunciamento em Nova York, Ban afirmou que o secretário-geral da Liga Árabe, o general Nabil el-Arabi, disse a ele que pediu a ajuda da ONU e propôs uma missão de observação conjunta, com as duas entidades visitando a Síria, incluindo um enviado especial que representasse as duas organizações.

"Estamos prontos para prestar qualquer assistência que possa contribuir com a melhora (da situação)", disse Ban. No final de janeiro a missão de observação da Liga Árabe na Síria foi suspensa devido à escalada da violência no país, que continua.

Na quarta-feira, testemunhas no bairro de Baba Amr relataram bombardeio intenso de tanques, morteiros, artilharia e metralhadoras pesadas. Mais de 50 pessoas morreram segundo a organização Observatório Sírio para os Direitos Humanos, baseada na Grã-Bretanha.

"Desastroso"
Ban Ki-moon afirmou que o veto da Rússia e da China a uma resolução da ONU contra a Síria, durante o final de semana, foi um desastre para o povo sírio. "Lamento profundamente que o Conselho de Segurança não tenha sido capaz de falar com uma única voz para encerrar o derramamento de sangue na Síria. Este fracasso foi desastroso para o povo Sírio. Estimulou o governo sírio a aumentar a guerra contra seu próprio povo", afirmou.

Para o secretário-geral da ONU, os ataques dos últimos dias em Homs são uma indicação de que o governo sírio não tem intenção de dar um fim à violência. "Temo que a brutalidade assustadora que estamos testemunhando em Homs, com armas pesadas disparando em bairros civis, é um precursor sinistro de que o pior está por vir. Esta violência é inaceitável perante a humanidade", afirmou.

Mais cedo, os Estados Unidos rejeitaram o pedido da Rússia, de uma negociação entre o governo da Síria e as forças de oposição no país. O o porta-voz da Casa Branca, Jay Carney,afirmou que o presidente sírio, Bashar al-Assad, perdeu a "oportunidade" de diálogo.

"Desde os (primeiros) dias desta situação na Síria, havia uma oportunidade para que o governo de Assad iniciasse o diálogo com a oposição. Ao invés de aproveitar a oportunidade, Assad atacou brutalmente seu próprio povo. Não acreditamos que esta oportunidade esteja disponível", afirmou o porta-voz.

Na quarta-feira, o primeiro-ministro da Rússia, Vladmiri Putin, fez um alerta contra uma possível intervenção internacional na Síria. Citando os eventos recentes na Síria e também na Líbia, Putin afirmou que a comunidade internacional deveria deixar os sírios resolver seus conflitos "com independência". Nesta quinta-feira, o governo interino da Líbia anunciou a expulsão de diplomatas sírios do país.

BBC News Brasil BBC News Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização escrita da BBC News Brasil.
Compartilhar
Publicidade