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Oriente Médio

Passam de 90 os mortos por bombardeios à cidade de Homs

9 fev 2012 - 11h50
(atualizado às 16h30)
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Ao menos 93 pessoas morreram nesta quinta-feira no reduto opositor sírio de Homs, alvo de bombardeios e de uma sangrenta ofensiva lançada pelas forças do regime de Bashar al-Assad, segundo um grupo da oposição. Os Comitês de Coordenação Local (CCL), que citam médicos e ativistas que estão no terreno, informaram em comunicado que os contínuos bombardeios destruíram várias casas que ainda estavam ocupadas por seus moradores.

Bombardeios à cidade de Homs se intensificaram nos últimos dias
Bombardeios à cidade de Homs se intensificaram nos últimos dias
Foto: EFE

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O lançamento de bombas é constante nos bairros de Bab Amro, Al Jalidiya e Al Bayada, em Homs, sendo o primeiro o mais castigado nesta quinta. Um dos ativistas dos CCL que se encontra em Bab Amro, identificado como Salim al Homsi, disse à agência EFE que ao menos 40 pessoas morreram nesse bairro. O saldo é provisório, segundo Al Homsi, devido à quantidade de corpos que ainda estão presos sob os escombros das casas destruídas.

"A situação é trágica. Os bombardeios afetam de maneira indiscriminada os imóveis de civis", lamentou o membro dos CCL. O opositor explicou que os feridos são atendidos em suas próprias casas ou nas mesquitas, depois que os hospitais de campanha foram bombardeados, em uma ofensiva que começou na última sexta-feira e deixou centenas de mortos. Ele também relatou a escassez de remédios e material hospitalar e fez um apelo às organizações internacionais para que ajudem os feridos.

Além da cidade de Homs, outras localidades da província foram afetadas pelos ataques das forças do regime, entre elas Al Rastan e Al Quseir, onde o bombardeio foi constante durante esta quinta. Os Comitês denunciaram ainda que 12 pessoas morreram em outros pontos da Síria, como o povoado de Maarat al Nuaman, na província de Idlib, e os de Zabadani e Madaya, nos arredores de Damasco. Entre o total de vítimas, há dez menores de idade.

Damasco de Assad desafia oposição, Primavera e Ocidente

Após derrubar os governos de Tunísia e Egito e de sobreviver a uma guerra na Líbia, a Primavera Árabe vive na Síria um de seus episódios mais complexos. Foi em meados do primeiro semestre de 2011 que sírios começaram a sair às ruas para pedir reformas políticas e mesmo a renúncia do presidente Bashar al-Assad, mas, aos poucos, os protestos começaram a ser desafiados por uma repressão crescente que coloca em xeque tanto o governo de Damasco como a própria situação da oposição da Síria.

A partir junho de 2011, a situação síria, mais sinuosa e fechada que as de Tunísia e Egito, começou a ficar exposta. Crise de refugiados na Turquia e ataques às embaixadas dos EUA e França em Damasco expandiram a repercussão e o tom das críticas do Ocidente. Em agosto a situação mudou de perspectiva e, após a Turquia tomar posição, os vizinhos romperam o silêncio. A Liga Árabe, principal representação das nações árabes, manifestou-se sobre a crise e posteriormente decidiu pela suspensão da Síria do grupo, aumentando ainda mais a pressão ocidental, ancorada pela ONU.

Mas Damasco resiste. Observadores árabes foram enviados ao país para investigar o massacre de opositores - já organizados e dispondo de um exército composto por desertores das forças de Assad -, sem surtir efeito. No início de fevereiro de 2012, quando completavam-se 30 anos do massacre de Hama, o as forças de Assad investiram contra Homs, reduto da oposição. Pouco depois, a ONU preparou um plano que negociava a saída pacífica de Assad, mas Rússia e China vetaram a resolução, frustrando qualquer chance de intervenção, que já era complicada. A ONU estima que pelo menos 5 mil pessoas já tenham morrido na Síria.

EFE   
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