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Oriente Médio

Forças sírias matam ao menos 67 civis em ataque a Homs

8 fev 2012 - 10h17
(atualizado às 12h08)
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Forças sírias mataram pelo menos 67 pessoas nesta quarta-feira na cidade sitiada de Homs, incluindo três famílias atacadas em suas casas por milicianos leais ao presidente Bashar al-Assad, disseram ativistas.

A violência em Homs prossegue apesar de Assad ter prometido à Rússia que acabaria com o derramamento de sangue, depois de Moscou salvar no domingo a Síria de ser alvo de uma resolução do Conselho de Segurança da ONU.

Na sua nova ofensiva contra Homs, soldados sírios atiraram foguetes e morteiros, e tanques invadiram o bairro de Inshaat, aproximando-se de Bab Amro, região mais atingida pelos bombardeios que mataram pelo menos 150 pessoas em dois dias, segundo ativistas locais e fontes da oposição.

"A eletricidade retornou brevemente, e pudemos contatar vários bairros, porque os ativistas de lá conseguiram recarregar seus telefones. Contamos 47 mortos desde a meia-noite", disse o ativista Mohammad Hassan por telefone via satélite.

Homs é um dos principais redutos da oposição nos 11 meses de protestos contra o regime de Assad, período em que a ONU diz que mais de 5.000 pessoas foram mortas. É difícil confirmar os relatos vindos do país, porque o governo sírio expulsou a maior parte dos correspondentes estrangeiros.

Um dia depois de se reunir com Assad em Damasco, o chanceler russo, Sergei Lavrov, disse que países com influência sobre a oposição síria devem pressioná-la a dialogar com Assad - declarações que deixam claro que Moscou não tem a intenção de abandonar seu tradicional aliado sírio.

Mas a oposição síria criticou Lavrov por não levar novas iniciativas a Damasco, e disse que não aceitará dialogar com Assad enquanto as forças do governo continuarem matando civis.

A resolução que a Rússia vetou, junto com a China, declarava apoio a uma proposta da Liga Árabe que, entre outros pontos, previa o afastamento de Assad do poder. A Rússia diz que só aceita uma versão anterior do plano, que não continha esse item.

Mas Walid al Bunni, dirigente do grupo de oposição Conselho Nacional Sírio (CNS), insistiu no afastamento de Assad como pré-condição para um diálogo nacional.

Um jornal turco ligado ao governo disse que a Turquia, outrora sólida aliada de Assad, pretende organizar uma conferência em Istambul para discutir a situação com governos árabes e ocidentais. A conferência seria parte de uma iniciativa turca mais ampla, a ser apresentada na quarta-feira.

HOMS

Segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos, com sede em Londres, milícias pró-Assad mataram pelo menos 20 civis durante a noite, invadindo casas nos arredores de áreas controladas pela oposição.

Rami Abdelrahman, diretor do Observatório, afirmou à Reuters que as vítimas, desarmadas, eram parte de três famílias - uma com cinco integrantes, e as outras com sete e oito pessoas.

A agência estatal de notícias Sana disse que "grupos terroristas armados" atacaram postos de controle policiais em Homs e dispararam morteiros na cidade, sendo que três caíram numa refinaria local de petróleo. O informe da Sana não especificou danos.

A agência disse também que 30 membros das forças de segurança mortos em confrontos recentes foram sepultados na terça-feira.

Militares desertores e outros insurgentes passaram nos últimos meses a reagir à ação das forças de segurança contra os manifestantes, ameaçando transformar em guerra civil um movimento inicialmente pacífico.

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